Após os escândalos de corrupção que levaram à saída de seus dois últimos presidentes em um período de um ano, a Concacaf escolheu o canadense Victor Montagliani como seu novo chefe nesta quinta-feira. Montagliani superou o bermudense Larry Mussenden por 25 a 16 na votação realizada entre os membros das Américas do Norte e Central e do Caribe que se reúnem em seu congresso na Cidade do México.
“Eu prometo trabalhar para vocês todos os dias e estar lá para vocês, mas espero, também, seu apoio ter unidade e camaradagem na região”, disse Montagliani. “Espero que o resto deste congresso seja frutífero e aproveitemos estes dias que nos restam aqui. Desde o fundo do meu coração lhes agradeço e lhes mando um abraço”.
A Concacaf estava sendo dirigida por uma comissão desde que seu presidente interino Alfredo Hawit foi preso em dezembro na Suíça sob a acusação de corrupção. Hawit, ex-vice-presidente da Fifa, admitiu que conspirou com outros dirigentes para conceder os direitos de marketing de torneios para empresas nos Estados Unidos e na Argentina em troca de subornos pagos em contas bancárias que ele e sua família controlavam no Panamá e em Honduras.
O hondurenho Hawit só dirigiu a Concacaf entre junho e dezembro de 2015. Ele tinha sucedido Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, que também se declarou culpado de corrupção e atualmente aguarda sentença nos Estados Unidos.
Entre os sete dirigentes da Fifa presos em Zurique em 27 de maio de 2015, Webb foi o primeiro a se apresentar perante a justiça federal de Nova York, depois de aceitar sua extradição em julho.
Montagliani será o primeiro canadense a liderar a Concacaf na história. “É um momento muito emotivo, aqueles que me conhecem sabem que sou assim. Aqui eu tenho presente a minha família e agora eu quero lhes apresentar a minha família Concacaf”, acrescentou. “Larry (Mussenden), quero agradecer-lhe porque me fez um homem melhor e me obrigou a ser melhor e fazer o que tinha que fazer. Você sempre será meu amigo”.
A chegada de um canadense ao cargo máximo da Concacaf enfraquece os países do Caribe, que ocupavam o cargo desde 1990, quando o trinitário Jack Warner substituiu o mexicano Joaquin Soria Terrazas. Warner, que ficou no cargo até 2011, também está envolvido no escândalo de corrupção que abalou a Fifa.
Montagliani, que liderou a federação do seu país desde 2012, chegou para a eleição fortalecido com o apoio dos Estados Unidos e do México, economicamente os membros mais poderosos da região. A este apoio também se juntaram as sete associações da América Central e quatro caribenhas – Porto Rico, República Dominicana, Haiti e Cuba.