Estadão

Dólar mantém leve queda, mas investidor vai atento à votação de PEC

Após uma abertura claudicante, o dólar se manteve em leve queda com os investidores de olho no Congresso, onde nesta terça-feira deve ser votada a PEC dos Precatórios no Senado, e após a divulgação de queda na taxa de desemprego no país em setembro.

O líder do governo e relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse estar confiante na aprovação da medida com 14 ou 15 votos favoráveis no colegiado. O cálculo representa um placar apertado.

Se todos os 27 titulares votarem, por exemplo, são necessários no mínimo 14 votos a favor.

Já presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se comprometeu a votar a PEC ainda hoje no colegiado, mas não garante um clima fácil para a aprovação no colegiado.

Outro ponto de alívio foi a queda da taxa de desocupação no Brasil, que ficou em 12,6% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou pouco acima do piso de 12,5% e levemente abaixo da mediana de 12,7% das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, cujo teto era 13,3%.

No entanto, o nível de cautela se mantém, principalmente em um contexto no qual a busca por segurança se intensificou no exterior com as incertezas sobre a cobertura vacinal e a nova cepa do coronavírus.

Nesta terça, o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, afirmou que as vacinas atualmente disponíveis devem ter eficácia reduzida contra a variante Ômicron do coronavírus e que as farmacêuticas podem demorar alguns meses para desenvolver um imunizante específico para a cepa.

O foco dos investidores estará no testemunho do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, e na secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, em audiência pública no Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos. A atenção é para as indicações de Powell com relação ao início do ciclo de aperto monetário, que pode mudar a depender dos efeitos da nova cepa do coronavírus sobre a economia.

Ainda no exterior, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos afirmou nesta manhã que, além do próprio BCE, todos os analistas subestimaram a evolução da inflação em 2021. Segundo ele, os efeitos de base ligados a problemas de abastecimento e custos de energia "foram mais fortes do que imaginávamos".

Às 9h56, o dólar à vista tinha queda de 0,32%, cotado a R$ 5,5920, enquanto o contrato para vencimento em janeiro de 2022 recuava 0,14%, a R$ 5,6320. No exterior, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, oscilava em queda de 0,58% na marca dos 95,783 mil pontos.

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