O dólar está volátil, intercalando viés de baixa e de alta na primeira hora de negociação desta sexta-feira. Os investidores analisam o volume de serviços no Brasil em agosto bem acima da mediana esperada pelo mercado. Os retornos dos Treasuries seguem em baixa, enquanto os índices futuros em Nova York voltaram a subir em meio à divulgação de balanços positivos de bancos e empresas norte-americanas.
O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, diz que o mercado de câmbio é pressionado por ingressos de fluxo cambial, de investidores estrangeiros e exportadores.
Por isso, segundo ele, o dólar à vista recua. Mas há valorização do dólar no exterior ante iene, euro e libra e várias moedas emergentes e ligadas a commodities, enquanto o petróleo recua perto de 2%, limita uma recuperação do real, observa Rugik.
Às 9h52, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,04%, a R$ 5,2707. O dólar novembro subia 0,19%, a R$ 5,2895. O índice DXY do dólar ante seis moeda principais subia 0,44%, aos 112,85 pontos. O dólar avançava ante peso mexicano (+0,05%), peso chileno (+0,38%), entre outros pares do real.
O volume de serviços prestados no País subiu 0,7% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de 1,1% para 1,3%. O resultado de agosto ficou perto do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam desde uma queda de 1,1% a uma alta de 0,8%, com mediana positiva de 0,1%.
Na comparação com agosto do ano anterior, houve elevação de 8,0% em agosto de 2022, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 4,4% a 8,1%, com mediana positiva de 6,8%. Em 12 meses, os serviços acumulam avanço de 8,9%. A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 05% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2021, houve avanço de 16,4% na receita nominal.
A libra esterlina também cai com as incertezas sobre o futuro da política econômica do Reino Unido, em meio a relatos de uma nova mudança de rota nos planos fiscais da premiê Liz Truss e possível demissão do ministro de Finanças, Kwasi Kwarteng, que ocupa o cargo há pouco mais de um mês.
Há pouco, o Fundo Monetário Internacional apontou que a resposta apropriada às pressões do dólar ante rivais exige foco nas causas para alteração da taxa de câmbio e nos sinais de interrupção no mercado. Em análise divulgada nesta manhã, as autoridades do FMI destacam que as intervenções cambiais não devem substituis ajustes nas políticas macroeconômicas. O dólar está em seu nível mais alto desde os anos 2000, com apreciação de 22% contra o iene, 13% sobre o euro e 6% ante moedas emergentes em comparação ao início do ano, diz o FMI.
A parcela do dólar nas exportações mundiais é de cerca de 40%, além de quase metade dos empréstimos e títulos da dívida internacional serem denominados na divisa americana.
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