O cenário externo nesta segunda-feira, 3, indicava cautela – especialmente em função do provável atentado terrorista na Rússia -, o que favoreceu o dólar ante moedas emergentes. Na comparação com a moeda brasileira, no entanto, outras questões acabaram influenciado e o dólar fechou em queda. A principal justificativa é a expectativa de entrada de recursos no País. O saldo recorde da balança comercial brasileira também ajudou nesse movimento.
O dólar à vista no balcão terminou com queda de 0,45%, a R$ 3,1150, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1103 (-0,60%) e a máxima de R$ 3,1342 (+0,17%). O giro registrado na clearing de câmbio da B3 – resultado da fusão da BM&FBovespa com a Cetip – foi de US$ 1,530 bilhão. No mercado futuro, o dólar para maio recuava 0,25% por volta das 17h15, a R$ 3,1335. O volume financeiro somava US$ 13,256 bilhões.
No exterior, o dólar subia ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para os ganhos sobre o rand sul-africano (+2,43%), o dólar canadense (+0,46%) e o dólar australiano (+0,45%). A África do Sul teve seu rating rebaixado hoje pela S&P para BB+ e perdeu o grau de investimento.
O atentado na Rússia gerou cautela em todo o mundo, o que prejudicou os ativos de maior risco. Ao mesmo tempo, indicadores econômicos abaixo do esperado nos EUA diminuíram um pouco a atratividade do dólar, que, apesar de ter subido ante as divisas emergentes, perdeu terreno na comparação com moedas fortes.
O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial norte-americano caiu para 53,3 pontos na leitura final de março, ante 54,2 em fevereiro, segundo dados da Markit. Já o PMI calculado pelo ISM caiu a 57,2 pontos, ante previsão de 57,5 pontos. E os investimentos em infraestrutura subiram 0,8% em fevereiro, na margem, quando a projeção era de crescimento de 1,2%.
Uma das principais razões apontadas pelos participantes para a queda do dólar ante o real hoje é a expectativa de fluxo. O prazo da segunda rodada de regularização de recursos mantidos ilegalmente no exterior começou hoje e também há rumores sobre uma emissão externa da Petrobras e de outras grandes empresas.