O dólar, após passar boa parte da sessão desta segunda-feira, 15, em queda ante o real, inverteu a direção no meio da tarde e encerrou em alta. A liquidez foi fraca nos negócios, com o mercado na expectativa pelo desenrolar da agenda da semana, com destaque para a decisão de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira.
Na abertura, a Grécia e a política doméstica imputaram alta para a moeda. As conversas envolvendo Atenas e a Comissão Europeia ontem em torno da implantação de reformas no país fracassaram e um acordo para o pagamento da dívida parece muito distante. O atual programa de ajuda da Grécia vence no fim deste mês e o temor é que o país decrete moratória e, eventualmente, seja forçado a deixar a zona do euro.
No Brasil, o clima político azedou após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter dito que a aliança entre PT e PMDB “não se repetirá”, irritado por ter sido hostilizado no 5º Congresso do PT, no sábado. A declaração reforçou o receio de que uma crise entre Executivo e Legislativo comprometa o andamento das reformas necessárias para que o País recupere a credibilidade e retome o crescimento. Nesta semana, a presidente Dilma deve decidir sobre o fim do fator previdenciário, e a tendência é de que vete a proposta, apresentando uma alternativa.
Mas ainda pela manhã a divisa virou para o terreno negativo, pressionada pela expectativa de entrada de fluxo externo diante do aumento da Selic e por alguns dados desapontadores da economia norte-americana, que favoreceram a ideia de uma possível postergação do momento elevação dos juros nos EUA. Os indicadores também levaram o dólar a desacelerar a alta ante as demais moedas.
À tarde, porém, o recuo perdeu força diante da valorização do dólar no exterior, embora o euro tivesse avanço firme. No fechamento, o dólar à vista no balcão subiu 0,45%, para R$ 3,1290, com volume de US$ 754 milhões perto das 16h30. O dólar futuro para julho, às 16h41, era negociado em R$ 3,143, estável. O euro subia a US$ 1,128.