O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, 6, devolvendo parte dos fortes ganhos de ontem, que foram impulsionados pelos receios em relação à crise entre a Rússia e a Ucrânia. Após ter aberto em alta, o dólar virou para o território negativo com as vendas de exportadores e se consolidou em queda com a divulgação do fluxo cambial na última semana de julho, que foi bastante positivo.
O dólar à vista no balcão terminou a sessão cotado a R$ 2,2730, uma queda de 0,53%. Ao longo do pregão, oscilou entre a máxima de R$ 2,2960 (+0,48%) e a mínima de R$ 2,2720 (-0,57%). Por volta das 16h30, o giro estava em torno de US$ 1,04 bilhão, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, no mesmo horário, o dólar para setembro caía 0,35%, a R$ 2,2905. O volume de negócios era de quase US$ 15,85 bilhões.
O Banco Central informou hoje que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 2,951 bilhões na semana passada, sendo US$ 696,8 milhões no segmento financeiro e US$ 2,254 bilhões na conta comercial. Essa forte entrada de dólares no País acabou derrubando a cotação da moeda hoje, apesar de no resultado de julho o fluxo ter ficado negativo em US$ 1,791 bilhão. A operações financeiras responderam por uma saída líquida de US$ 3,408 bilhões no mês passado, enquanto no comércio exterior houve entrada de US$ 1,617 bilhão.
No cenário geopolítico, apesar dos temores com a crise ucraniana terem continuado pela manhã, com a possibilidade de uma invasão russa, a falta de notícias concretas à tarde fez alguns investidores reverem as reações iniciais exageradas. Hoje, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, restringiu as importações de alimentos e produtos agrícolas dos países que impuseram sanções à Moscou devido ao conflito na Ucrânia.
Nesse cenário, o dólar também perdeu terreno ante moedas emergentes e de países exportadores de commodities, consideradas mais arriscadas. No horário acima, o dólar caía 0,50% em relação ao dólar australiano, recuava 0,40% ante o dólar canadense e perdia 0,39% frente ao peso mexicano.