O dólar interrompeu nesta sexta-feira, 17, uma série de três sessões consecutivas de ganhos, para terminar com baixa superior a 1%. O movimento da moeda americana esteve em sintonia com o exterior, onde o clima de aversão ao risco dos últimos dias deu lugar a um cenário mais positivo hoje. As especulações em torno do cenário eleitoral continuaram a permear os negócios, mas foi o exterior que acabou definindo a baixa de 1,34% do dólar no balcão, aos R$ 2,4360.
A divisa dos EUA recuou durante todo o dia. Na máxima da sessão, vista às 10h36, marcou R$ 2,4620 (-0,28%) e, na mínima, às 12h28, foi cotada a R$ 2,430 (-1,58%). O giro financeiro à vista foi contido, de apenas US$ 901,5 milhões até as 16h30. Já o dólar para novembro, que cedia 1,35% neste horário (R$ 2,4460), havia movimentado cerca de US$ 12 bilhões, menos do que vinha registrando.
No exterior, o apetite por ativos de maior risco voltou aos mercados, após uma rodada de indicadores positivos dos EUA e sinais de que os principais bancos centrais do mundo poderão manter suas políticas monetárias acomodatícias por algum tempo. Hoje, o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Haldane, afirmou que as taxas básicas de juros podem permanecer baixas por mais tempo, o que acentuou o ânimo positivo iniciado ontem com comentários do presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard. O dirigente do Fed deu a largada na sequência de indicações em direção a um fluxo contínuo de dinheiro barato aos mercados internacionais ao dizer que o banco central norte-americano pode estender o programa de compra de ativos para além de outubro.
No Brasil, o debate de ontem entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) não influenciou de forma decisiva as cotações. Apesar de as discussões entre o tucano e a petista terem sido consideradas de baixo nível pelos analistas, os investidores se mantiveram à espera de novas pesquisas eleitorais e dos próximos debates. No fim de semana, deve sair um levantamento do instituto Sensus e, no domingo, ocorre novo debate dos candidatos na Rede Record.
Pela manhã, o Banco Central fez seu leilão regular de swaps (equivalente à venda de dólares no mercado futuro), colocando 4 mil contratos (US$ 197,6 milhões). Depois, vendeu outros 8 mil contratos, desta vez para rolagem do vencimento de 3 de novembro.