O dólar fechou na casa de R$ 3,28 no mercado à vista nesta sexta-feira, 9, depois de acelerar a alta durante a tarde, em linha com a tendência observada frente a outras moedas de economias emergentes. O principal catalisador do movimento foi o endurecimento do discurso do presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, sobre aperto monetário nos Estados Unidos.
No mercado à vista, o dólar fechou aos R$ 3,2802, com avanço de 1,99%, maior alta porcentual desde 18 de maio, quando subiu 2,00%. Na máxima, a divisa chegou aos R$ 3,2837 (+2,10%), faltando poucos minutos para o fechamento. De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios no segmento à vista somou US$ 830,380 bilhão. No segmento futuro, o contrato de dólar para outubro avançou 1,83%, aos R$ 3,2900, com giro de US$ 16,606 bilhões. Na máxima, a divisa tocou R$ 3,3050 (+2,29%).
O discurso mais “hawkish” de um dos principais defensores de juros baixos no Banco Central norte-americano ocorreu um dia após o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, frustrar o mercado sobre o prolongamento do programa de estímulo. Com isso, prevaleceu a leitura de que a liquidez internacional – e, consequentemente, o fluxo para ativos mais arriscados – pode perder tração nos próximos meses.
As atenções se voltam agora para o último discurso de dirigentes do Fed antes do período de silêncio que precede a reunião de 20 e 21 de setembro. Conhecida por ser próxima da presidente Janet Yellen, a diretora Lael Brainard fala na segunda-feira e pode trazer estresse no mercado cambial. De acordo com o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, Brainard sempre defendeu juros baixos, assim como Rosengren, e uma sinalização mais “hawkish” pode ser o gatilho para o mercado apostar num aperto ainda neste mês.