Em novembro do ano passado, quando o papa Bento XVI anunciou a nomeação de dom Joaquim Justino Carreira, como novo bispo diocesano de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que já havia atingido a idade limite para exercer o cargo, foi alçado ao posto de bispo emérito da cidade. Encerrava-se ali um ciclo com importantes marcas não só para a Igreja Católica mas para a sociedade em geral, com suas posições em relação a temas de relevância tanto locais como nacionais. Porém, ainda havia sua atuação paralela, na posição de emérito. Teria assim mais tempo para defender causas sociais e trabalhar em questões pertinentes às suas convicções cristãs.
Nesta quarta-feira, entretanto, menos de um ano depois, vem a notícia do falecimento de Dom Luiz, no Hospital Stella Maris, coincidentemente mantido por sua igreja e que vinha de grandes dificuldades de gestão financeira. Tanto que no ano passado, mais uma vez, o bispo teve posição marcante durante grave crise enfrentada pela instituição que, por muito pouco, não levou ao seu fechamento. Em suas ações junto aos governos municipal e estadual, conseguiu os aportes necessários para não tirar da população um importante equipamento voltado à saúde pública.
Impossível não lembrar de Dom Luiz por seus posicionamentos em importantes momentos da vida brasileira. Como poucos líderes religiosos, assumia com determinação e empenho as teses em que acreditava. Marcante sua determinação em defesa da vida, contra o aborto, envolvendo-se diretamente em polêmicas que tiveram ressonância em nível nacional.
Tais posições renderam a Dom Luiz principalmente respeito. Lógico que setores contrários às suas teses, sem entender a importância do posiconamento de um líder religioso como ele sempre foi, preferiram atacá-lo de todas as formas. Sofreu verdadeiro linchamento público daqueles que, por exemplo, defendem o aborto e não aceitam ser contrariados. Mesmo assim, Dom Luiz se manteve íntegro e sereno em defesa do que sua igreja sempre pregou. Agiu como o grande pastor de seu imenso rebanho. Parte