Opinião

Duas semanas de muito embate, críticas e ataques


Aproxima-se o 31 de outubro, dia em que a população vai mais uma vez às urnas para escolher entre Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB, o novo presidente do Brasil. Apesar da candidata embalada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter conquistado quase 47% dos votos válidos no primeiro turno, no último dia 3, as pesquisas de opinião já divulgadas revelam que a disputa está aberta.


Os dois têm condições de vencer, já que Dilma aparece muito pouco a frente de Serra, estando em alguns levantamentos, como o CNT/Sensus – que durante todo o primeiro turno deu ampla vantagem para a petista – com empate técnico entre os dois. Ibope e Datafolha revelam uma aproximação do tucano, que cresceu bem mais que a petista durante esta campanha de segundo turno, graças a uma melhora considerável de desempenho nas regiões Sul e Sudeste, onde se concentra a maior parte do eleitorado basileiro. Também no Nordeste, onde a vitória de Dilma foi bastante larga, a vantagem já diminuiu.


Ou seja, o resultado de 31 de outubro dependerá diretamente do desempenho dos dois daqui para a frente. Diferente do primeiro turno, quando havia um movimento muito maior nas ruas graças às campanhas minoritárias de deputados estaduais e federais, que carregavam os majoritários no corpo a corpo, agora a disputa fica mais focada na mídia eletrônica. Dilma e Serra percorrem o Brasil em busca de holofotes da grande imprensa para aparecerem bem nos telejornais noturnos.


Em paralelo, investem tudo o que podem nas propagandas eleitorais gratuitas, tanto nos 20 minutos diários a que cada um tem direito, como nos comerciais rápidos distribuídos ao longo das programações de rádio e televisão. Aliás, estes espaços podem ser considerados os mais valiosos neste momento da disputa, já que pega telespectadores e ouvintes no meio das novelas, telejornais ou filmes preferidos. Queiram ou não, todos têm acesso a essas mensagens. Não à toa que os dois procuram usar estes espaços para denegrir a imagem do adversário, apresentando – em rápidos esquetes – contradições e até envolvimento em escândalos de seus desafetos. Nas rádios, jingles bem animados que buscam o mesmo caminho: manchar a imagem do outro.


Por fim, há ainda os debates eleitorais entre Dilma e Serra. Até agora, foram dois. Semana passada na TV Bandeirantes e neste domingo na RedeTV, numa promoção conjunta com a Folha de S.Paulo. Até dia 31 serão mais dois: o primeiro na Record, dia 25, e o último na Globo, dia 29, já quase à véspera da disputa final. Infelizmente, as audiências até aqui ficaram muito baixas, o que demonstra o pouco interesse de grande parte da população.


Por mais que tentem seguir à risca as orientações dos marqueteiros, com o objetivo de não sairem muito do script, esses debates acabam por mostrar como os candidatos são de fato, já que têm que responder coisas que quase nunca seriam abordadas no horário eleitoral. Também fica difícil se esconder atrás de maquiagens ou de assessores melhores preparados.

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