Em seu discurso de posse, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, citou educação, infraestrutura e “coragem” para buscar mercados externos à produção agropecuária brasileira. A nova ministra sugeriu a criação de uma rede nacional de assistência técnica para formar mão de obra, incluindo a criação de “estágios para universitários”.
Ela destacou como importante ao escoamento da produção a construção do corredor logístico Arco Norte para “viabilizar o Brasil do futuro. Ampliar o comércio exterior vai ajudar o Brasil a crescer. Precisamos ter disposição de correr mais riscos em acordos e parcerias”, afirmou nesta segunda-feira, 5.
Kátia Abreu destacou como passo importante a elaboração de um planejamento agropecuário amplo de olho no mercado internacional para “facilitar o acesso a outros mercados” não atendidos pelo Brasil. Para isso, cobrou a assinatura de acordos comerciais.
O Brasil não tem limitações como membro do Mercosul em firmar acordos bilaterais, mas Kátia se referiu indiretamente a isso como “um preço que talvez valha pagar” para elevar a produção e a contribuição do agronegócio para a balança comercial. “Temos de enfrentar os desafios do setor produtivo e nos abrirmos com mais coragem para o mundo. Isso, como tudo na vida das nações, terá um preço. Mas talvez valha a pena pagar esse preço”, sugeriu.
A afirmação ocorreu em meio a avaliação de que depois da crise em mercados tradicionais os países emergentes também começam a mostrar fatiga no consumo, o que tem reduzido o valor das commodities agrícolas. “Os nossos produtores e a nossa agroindústria já demonstraram que não têm medo da competição e o espaço para levar a produtividade não está esgotado”, afirmou.
A nova ministra defendeu a água como “o novo produto” do agronegócio brasileiro ao defender que a produção adote novas tecnologias para consumo do recurso. “Precisamos direcionar a inteligência das nossas instituições de pesquisa e dos atores para encontrar soluções para essa questão (uso da água na agricultura)”, disse. “A água é um recurso renovável, mas não podemos considerá-la infinita. Queremos que os produtores de alimento no Brasil também sejam produtores de água. Ela será o mais novo produto da cesta de produtos do agronegócio brasileiro”, afirmou.
A fala da nova ministra integrou o bloco de mensagens de seu discurso de posse voltadas para o meio ambiente. “Há alternativas para produzirmos mais sem comprometer o meio ambiente”, destacou.