Opinião

Economia cresce a passos lentos demais

No mercado financeiro a expectativa de crescimento do PIB em 2012 não anda das melhores. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) indica que 47,8% dos entrevistados acredita que o PIB deve apresentar queda em relação a 2011. Destes, 60,9% indicam que a economia oscilará neste ano entre 1,5% e 2%. A confirmação destes dados representará um grande problema para o Brasil.


Analistas econômicos apontam que a demora para lançar mais concessões à iniciativa privada e  assim permitir investimentos em infraestrutura reforça a tese de o país caminha vagarosamente na direção correta do desenvolvimento. O economista e ex-ministro Pedro Malan em palestra na noite de quarta-feira, comparou o desenvolvimento do Brasil a um filme: vai na direção correta, mas está em câmara lenta em relação a outros emergentes. Mesmo assim ele se diz confiante com os rumos que o país tomará.


A confiança do ex-ministro se baseia nos avanços das últimas duas décadas. Muitos deles, frutos de reformas da década de 1990 quando ele participava do governo. Apesar das conquistas, Malan afirmou que o desenvolvimento nacional é feito “aos trancos e barrancos, com avanços e retrocessos, com demoras incalculáveis para tomar certas decisões.”


Segundo Malan, o recente processo de concessões ao setor privado na área de infraestrutura já deveria ter sido lançado há anos.  “Mas restrições de natureza política impediram o plano de deslanchar antes, embora o pacote esteja caminhando na direção certa”. Na câmera lenta descrita pelo ex-ministro, um dos campos em que o País está mais atrasado é na educação. “Estamos atrasadíssimos em matéria de educação e formação de mão de obra qualificada em relação a países que competem conosco”.


Lógico que todo o discurso de Malan se baseia na lógico do governo que ele fez parte como ministro. Natural que, assim, ele pareça de certa forma partidário, contrariando a atual administração do governo Dilma Rousseff. Mesmo assim, trata-se de uma análise pertinente, já que as condições econômicas revelam que muito precisa ser feito.

Posso ajudar?