A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Janet Yellen, disse nesta quarta-feira que a instituição caminha para subir as taxas de juros dos Estados Unidos já neste ano, à medida que a economia do país apresente melhoras, mesmo em um cenário de incertezas globais, como a crise na Grécia e desaceleração da economia chinesa.
“Se a economia evoluir como nós esperamos, as condições econômicas provavelmente justificarão elevar os juros em algum momento deste ano, dando início à normalização da política monetária”, disse Yellen, em texto preparado para seu discurso semestral na Câmara dos Deputados, que ocorre logo mais, às 11h. Yellen faz o mesmo amanhã no Senado, às 15h.
Em seu depoimento, Yellen afirmou que as perspectivas são favoráveis a mais avanços no mercado de trabalho e na economia. O mercado de trabalho tem sido cuidadosamente acompanhado pelo Fed para guiar a política monetária e, segundo a presidente do banco central disse hoje, “as condições nos EUA são consistentes com o pleno emprego”. Em junho, a taxa de desemprego do país caiu para 5,3%, de 5,5% em maio.
Sobre a inflação, também levada em consideração para decisões sobre juros, Yellen disse que o resultado anual do índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), a medida preferida do Fed para acompanhar o comportamento dos preços, deve permanecer, no curto prazo, perto dos recentes níveis baixos. O índice teve alta de 0,3% em maio ante abril, e em comparação com maio do ano passado, subiu 0,2%. A meta é de 2,0% em 12 meses. Apesar dessa perspectiva de curto prazo, Yellen declarou que “os gastos com consumo têm melhorado”.
Diante desse cenário, a presidente do Fed afirmou que a maioria dos demais dirigentes da instituição observou, na reunião de junho (a mais recente do banco central), que as taxas de juros devem subir em um ritmo gradual. Yellen ponderou, no entanto, que a importância do início da alta dos juros “não deveria ser supervalorizada”.
Em relação aos acontecimentos do exterior, como a crise na Grécia e a desaceleração da China, Yellen disse que eles impõem riscos ao crescimento dos EUA. “A situação na Grécia continua difícil, apesar de sinal de recuperação da zona do euro”, afirmou. “A China continua preocupando com dívida alta, mercado imobiliário fraco e volatilidade (no mercado acionário)”, acrescentou. Com informações da Dow Jones Newswires