Um dia após usar expressão chula num vídeo sobre máscaras de proteção contra a covid-19, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a causar polêmica ao publicar nas redes sociais nesta quinta, 11, a foto de uma suposta carta suicida e do cadáver de um trabalhador endividado. A publicação provocou reações contrárias, mas também a favor, entre os 1.400 comentários à postagem na página oficial de Eduardo Bolsonaro no Facebook. Até as 20h54, havia 2,6 mil compartilhamentos da postagem.
"Desnecessária essa publicação, que não foi feita com o sentido de acalmar a família enlutada e sim de tentar desgastar a imagem de um oponente político. Em que mundo vivemos, em que as pessoas tiram proveito político até da morte dos outros? Lamentável. O único nome que cabe a vc nobre deputado é inconsequente", criticou um internauta.
Entidades como o Centro de Valorização da Vida (CVV) desaconselham a divulgação de cartas, bilhetes e fotos de suicidas. "O teor dessas mensagens não deve ser divulgado", diz uma cartilha do CVV. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também não recomenda tal divulgação.
Eduardo Bolsonaro repetiu o gesto do pai, o presidente Jair Bolsonaro, que, mais cedo, na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, leu o conteúdo da carta, ao criticar as restrições impostas por governos de Estados para conter a propagação do novo coronavírus. Na live, Bolsonaro voltou a atacar "a política do fique em casa".
"CARTA ANTES DO SUICÍDIO" é o título da postagem do deputado do PSL de São Paulo, filho do presidente Jair Bolsonaro. No texto da publicação, Eduardo Bolsonaro dá as condolências à família do suicida. "Agora, a crise de 1929 nos EUA é famosa não só pelo crash da bolsa de Nova York, mas também por ter mostrado ao mundo que dificuldades econômicas levam ao suicídio", escreve em seguida. Na postagem, ele disse também que "tem governantes com as mãos sujas de sangue".