Enquanto os jogadores treinavam no CT do CFZ, nesta terça-feira, as eleições presidenciais do Vasco eram realizadas no ginásio de São Januário, no Rio. Cinco chapas disputam qual delas terá o poder de indicar o sucessor de Roberto Dinamite. Entre os favoritos está o ex-mandatário do clube Eurico Miranda, um dos nomes mais polêmicos do futebol carioca.
Oficialmente, porém, o novo presidente só será definido no próximo dia 19, quando a chapa vencedora anunciar seu indicado. Isso porque o estatuto do Vasco prevê eleições indiretas. Contudo, durante a campanha as chapas já se apresentaram com o representante que irá indicar – além de Eurico, Roberto Monteiro, Julio Brant, Márcio Santos e Eduardo Nery.
A votação começou às 9 horas da manhã com um forte esquema de segurança. Soldados da Polícia Militar se concentraram na porta da sede do clube para evitar confusões, principalmente em virtude de brigas ocorridas recentemente entre torcedores vascaínos por causa das eleições.
Para poder votar, os sócios passaram por um rigoroso processo de triagem, dividido em duas etapas, que verificou se os vascaínos se encontravam em situação regular junto ao clube. O responsável por presidir a Assembleia Geral de votação foi o candidato Roberto Monteiro, que assumiu o posto depois do licenciamento médico de Abílio Borges. Eurico Miranda também fez parte da mesa da assembleia, já que é presidente do conselho de sócios beneméritos.
O processo foi marcado por alguns tumultos controlados. O primeiro deles ocorreu na chegada do candidato Julio Brant, que foi hostilizado por partidários de Eurico Miranda. Em seguida, representantes da chapa “Sempre Vasco” reclamaram de não ter o nome na lista de sócios aptos a votar e, após contestações de Eurico e Roberto Monteiro, houve bate-boca. No fim, foi acordado que a situação destes sócios seriam definidas ao fim da eleição.
O atual presidente do Vasco, Roberto Dinamite, votou de forma tranquila e evitou conversar com os candidatos. Após ficar seis anos no comando do clube, ele deixa a presidência de forma desprestigiada por causa dos dois rebaixamentos no Campeonato Brasileiro sofridos em sua gestão e das dificuldades financeiras em que o Vasco se encontra.
Depois deixar a cédula na urna, ele demonstrou seu descontentamento e admitiu uma parcela da culpa pela situação do clube. “A segunda divisão não é o local do Vasco. Acho que na primeira vez (em que caiu) já estava o Vasco praticamente rebaixado. Mas na minha administração aconteceu também o rebaixamento. É muito ruim. Espero que os próximos presidentes não passem por isso”, lamentou Roberto Dinamite.
Outros velhos conhecidos do futebol carioca também foram votar. Entre eles o ex-atacante Edmundo, que é um dos apoiadores da chapa de Julio Brant; o presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, que não declarou voto, mas se disse “amigo de Eurico Miranda”; e o ex-treinador do time, Antônio Lopes.