Opinião

Eleição separa bem quem é situação e quem é oposição

Com a aproximação das eleições de 3 de outubro, as campanhas – nos mais diferentes níveis – tendem a ficar mais acirradas, expondo a cada dia que passa algo bastante pertinente em um regime democrático. A situação e a oposição se materializam na grande disputa nacional que tem de um lado o PT e de outro o PSDB, resumindo aqui em dois partidos o sentimento que carrega aliados importantes dos dois lados.


 


Enquanto Dilma Rousseff e José Serra se digladiam na disputa presidencial, o mesmo ocorre nos estados onde há candidatos dos dois partidos, entre outras siglas que são mais fortes em determinadas regiões. Em São Paulo, a briga fica entre Geraldo Alckmin e Aloizio Mercadante. Se, por um lado, as pesquisas para presidente indicam vitória da petista no primeiro turno, para governador os ventos batem a favor do tucano. Mesmo assim, a eventualidade de um segundo turno é possível tanto para presidente como para governador, já que fatos novos podem mudar o quadro na reta final das campanhas.


 


Essa dicotomia entre situação e oposição também se repete nos municípios, onde PT e PSDB – mais uma vez – tentam ocupar espaços importantes. Em Guarulhos, não é diferente. De um lado, evidencia-se a campanha da máquina administrativa dominada pelo PT há quase dez anos, com toda a força possível depositada em dois candidatos. Janete Pietá para federal e Alencar Santana para estadual. Ambos são alavancados pela força da caneta do prefeito Sebastião Almeida, que vê na vitória de ambos uma sobrevida política, já que é atingido por uma saraivada de ações na Justiça que podem vir a aniquilar seus planos de reeleição em 2012.


 


Do lado da oposição, destacam-se dois nomes. Carlos Roberto, que concorre a uma vaga de deputado federal pelo PSDB, carrega em sua campanha o sentimento daqueles que estão descontentes com as administrações do PT. Como candidato a prefeito em 2008, teve quase 250 mil votos no segundo turno, confirmando sua força como a principal voz da oposição no Município. Ao se eleger em 3 de outubro, deve reunir forças ainda maiores para garantir um espaço na disputa de 2012.


 


Outro nome que tenta agregar as forças antipetistas da cidade é do vereador Alan Neto, que concorre a deputado estadual pelo PSC. Apontado pelos próprios petistas, como inimigo número 1 da administração após as denúncias contra o prefeito no episódio Água e Vida, quando permitiu que a Câmara discutisse a abertura de um processo de cassação contra Almeida, tem nesta eleição a continuidade de seu projeto que pode abrir caminho para disputar a Prefeitura em 2012.


 


Outros nomes, antes de oposição, hoje trocaram a ideologia por uma certa conveniência eleitoral. Waldomiro Ramos (PTB), que tanto bateu na administração Elói Pietá (PT), faz campanha ao lado do principal candidato da máquina petista, Alencar. Jovino Cândido (PV), antes o anti PT, mal consegue colocar usa campanha nas ruas. Ou seja, confirma-se que de um lado estão os candidatos de Almeida. Do outro, Carlos Roberto e Alan Neto.  Fora esses, difícil encontrar algum que se coloque numa posição clara nessa disputa entre situação e oposição. 

Posso ajudar?