A Eletrobras declarou, em comunicado ao mercado, que não tem conhecimento “de qualquer grupo de trabalho que tenha sido criado para avaliar eventual capitalização”.
Conforme informou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse, na manhã da quarta-feira, 18, que o governo está olhando “com detalhe” a situação financeira da Eletrobras e estuda estimativas para o tamanho da capitalização que será necessária à estatal. “Como em todos os demais casos, temos que adotar uma estimativa realista para a Eletrobras. Temos um grupo de trabalho na Fazenda com Ministério de Minas e Energia e outras áreas do governo para olhar com detalhe a empresa. Em um determinado momento, temos que fazer uma estimativa de qual é a necessidade provável de capitalização”, afirmou, em entrevista a um grupo de jornalistas.
Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a suspensão da venda de ações da Eletrobras no pregão da Bolsa de Nova York, determinada na quarta, após a não entrega do formulário 20-F na SEC (correspondente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil), deve forçar o Tesouro Nacional a fazer uma capitalização de aproximadamente R$ 4 bilhões na estatal. O recurso seria usado para recompor o caixa da empresa para fazer frente à provável fuga de investidores dos papéis da empresa.
No mesmo comunicado, feito em resposta a questionamentos da CVM, na quarta, a Eletrobras reitera que, “por motivos alheios a sua vontade e esforços, não estava em condições de arquivar tempestivamente os Formulários 20F dos exercícios sociais de 2014 e 2015, e, por esta razão, a Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) suspenderia a negociação dos American Deposit Shares (ADS) emitidos pela companhia junto à Nyse, enquanto inicia-se o processo de deslistagem.
A bolsa nova-iorquina confirmou também na quarta a suspensão, encaminhando ofício à Eletrobras que também dava prazo de 10 dias úteis para a companhia encaminhar preliminares do recurso que a Eletrobras pretende apresentar contra a decisão. A estatal salientou que pretende apresentar todos os recursos cabíveis e que os ADS poderão ser negociados no mercado OTC (Over the Counter).
Além disso, a Eletrobras também reiterou que seus contratos de empréstimos e financiamentos, assim como os bônus emitidos pela companhia, não contém covenants em virtude da deslistagem junto à Nyse. A afirmação é uma resposta à declarações do ministro do Planejamento, Romero Jucá, de que a não entrega do 20-F acarretaria em um rombo de R$ 40 bilhões. Por fim, a estatal diz que está adimplente com as suas obrigações financeiras perante os seus credores titulares dos bônus internacionais.