Estadão

Em cinco anos, Pabllo Vittar faz 25 milhões de seguidores e promete mais

Em pouco mais de cinco anos de carreira, Phabullo Rodrigues da Silva se tornou a drag queen mais seguida do mundo. Pabllo Vittar acumula quase 25 milhões de admiradores virtuais, batendo até os números de quem abriu as portas do meio artístico drag, a apresentadora e cantora RuPaul.

Pabllo começou a carreira se montando com a ajuda de amigas, fazendo covers de sucessos do pop internacional e, agora, canta os seus próprios hits nos maiores festivais de música do mundo: a agenda está lotada até o segundo semestre. A cantora já cumpriu uma bateria de shows nos EUA e deu início a uma série de apresentações pela Europa. E, nesta sexta, 17, será um dos destaques da Micareta SP, que acontece na Arena Anhembi.

"Há pouco tempo, fiz show no Lollapalooza da Argentina. Mesmo sendo fora do Brasil, a galera cantou todas, com aquele sotaque tentando o português. É muito surreal", diz. De fato, assistir à euforia de brasileiros e gringos é de arrepiar. Pabllo é uma força imensurável.

Abraçando de vez o mercado internacional, Vittar lançou a energética Follow Me em 31 de março, parceria cantada em inglês com Rina Sawayama, uma das revelações musicais mais elogiadas pela crítica especializada desde o início da pandemia.

A aposta das pistas tem uma produção refinada e no mesmo alto nível de qualidade do último audiovisual que ela apresentou no show ao vivo I Am Pabllo.

Apesar do sucesso, fãs da cantora vêm cobrando parcerias com artistas mais populares. Pabllo sabe os caminhos que quer trilhar e aproveita a boa fase da carreira para investir no mercado internacional.

"Óbvio que toda vez que entramos na internet sempre nos deparamos com muita gente nos apoiando e também o contrário. Não é porque eu já tenho um bom tempo de estrada que as pessoas vão ser obrigadas a me amarem ou me idolatrarem, mas o que falta mesmo é o respeito", diz. "Eles querem números, views, lacre, mais lacre e outro lacre e, gata, não é assim!"

<b>TRAJETÓRIA</b>

A cantora deixou as suas veias do pop saltarem mais forte em seus três primeiros álbuns, Vai Passar Mal (2017), Não Para Não (2018) e 111 (2019 e 2020), mas uma pitada de música regional sempre aparecia em uma produção ou outra, com a ajuda do seu parceiro de longa data, o produtor Rodrigo Gorky.

<b>RAÍZES</b>

Na maré contrária das fórmulas prontas para se obter um sucesso fácil, Pabllo, que é natural de São Luís e foi criada no interior do Maranhão e do Pará, resgatou as suas raízes do tecnobrega e lançou Batidão Tropical em 2021. O disco conta com releituras de clássicos de sua adolescência como Ânsia, de Eliza Mell, e Não é Papel de Homem, da Banda Kassikó."Eu vim dessa escola. Sou uma gatinha do pop, mas não posso negar as minhas raízes. Eu sou forrozeira, eu sou do tecnobrega, eu sou do Pará e eu sou do Maranhão", diz.

Segundo ela, o álbum foi uma realização pessoal. "Eram músicas que eu escutava quando criança, são canções que eu ouvia e sonhava em um dia estar no palco, cantando. Para mim, é muito honroso levar esses ritmos para lugares gigantescos como o Lollapalooza e o Coachella", diz.

Mylla Karvalho, Joelma, Limão com Mel, Calcinha Preta e Aviões do Forró são alguns dos nomes que marcaram a juventude da popstar. Ela reconhece que, agora, retrata a comunidade LGBT+ que não se via representada nesses estilos musicais.

"Recebo muitas mensagens do Norte e do Nordeste de pessoas que se sentem representadas com a minha música. O que eu faço é exaltar a cultura regional", afirma.

O som de Pabllo não passou batido por uma das maiores artistas dos últimos anos. Lady Gaga convidou a drag para integrar o disco de remixes Dawn of Chromatica (2021), e a brasileira transformou a faixa Fun Tonight em um hino do forró para as pistas. "Como fã de pop, fiquei honradíssima com o convite da Gaga para o remix. E outra, ela me seguiu no Instagram", comemora.

<b>ALÉM DA MÚSICA</b>

O sucesso de Pabllo a levou para outros caminhos além da música, como o reality Queen Stars, da HBO. A primeira competição nacional de drag queens (são 20 no total) é comandada por Pabllo e sua amiga Luísa Sonza; os episódios podem ser acessados na plataforma de streaming desde o dia 4 de abril.

"Foi um mês inteiro de gravação, mas foi tudo de bom e eu ri bastante", conta. "Me emocionei muito, pois são drags cantoras e tem queens de todos os Estados e com variados estilos musicais."
Segundo Pabllo, ela e Luísa nem sempre concordaram com as escolhas dos jurados. "Houve dias que discordamos, mas todas (as concorrentes) são extremamente talentosas. Torço para que coisas boas continuem acontecendo após o fim do reality."

E, se hoje inspira muitos desses talentos, ela também já se inspirou em outras drags, como Verônica, Márcia Pantera e Silvetty Montilla. "Todas essas gatas sempre fizeram parte do meu imaginário."

<b>PARCERIA COM ANITTA</b>

Para esta temporada, Pabllo promete uma nova parceria com Anitta. "São vários lançamentos neste ano e estou preparada para conciliar tudo com a minha turnê mundial. Inclusive, já chamei a Anitta para um novo feat. A música ainda não está pronta, mas espero que até o fim do ano seja lançada", revela. Juntas, elas emplacaram hits como Sua Cara (2017) e Modo Turbo (2021), colaboração com Luíza Sonza.

A cantora planeja também um novo álbum, ainda sem data de lançamento. "Estou bem tranquila em relação ao processo criativo. Estamos vivendo um momento muito bom de enriquecimento sonoro e por que não agregar esses novos estilos ao meu trabalho? Ele virá de forma orgânica, não quero cobrança dessa vez", diz. "Se eu vou experimentar um novo estilo musical? Sempre! Se não for assim, eu nem faço."

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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