Cidades

Em dia de protesto na Capital, entregadores fazem ato em frente à Uber em Guarulhos

O grupo bloqueou um trecho da Avenida Emílio Ribas e seguiu para o Centro da cidade

Por volta das 14h, desta quarta-feira, 1º/07, dezenas de motoboys circularam por vias da cidade e fizeram um protesto em frente ao prédio onde está instalado o escritório do aplicativo Uber, na Avenida Emílio Ribas, no Gopoúva. Eles permaneceram no local por cinco minutos e fizeram um buzinaço para chamar a atenção para o problema. A paralisação causou congestionamento na via.

Luiz Felipe, aderiu a greve, explicou que o grupo de Guarulhos decidiu fazer o protesto local e não deve seguir para a Capital, onde acontece um grande movimento, que tem como ponto central, a avenida Paulista.

O entregador João Lucas, de 23 anos, acumula dois empregos como motoboy. No período da manhã ele faz serviços particulares para um restaurante e trabalha com aplicativos no período da tarde. “Hoje vou terminar essas entregar e não vou cessar o aplicativo, vou direto para casa. Está é uma causa justa, trabalhamos muito e não temos retorno, o valor que recebemos às vezes não cobre os gastos” explicou. Assim como outros entregadores, João Lucas também intensificou o trabalho durante a pandemia. Atualmente ele trabalha 18 horas por dia.

Gleico Brambilla aderiu ao movimento e considera justas as reivindicações. “O que mais pega é o bloqueio das contas sem aviso prévio. Isso atrapalha demais. Além disso, a taxa cobrada deixa a gente com uma margem muito pequena. Quase não sobra nada. O que entra praticamente só paga o custo de combustível e manutenção”, explicou. Ele disse que enfrentou problemas com bloqueio de chamadas mesmo com mais de 2 mil entregas bem sucedidas. “Se dá problema em uma entrega a gente já fica sem receber chamada no dia seguinte e é complicado para desbloquear”.

Nos aplicativos não houve nenhuma mudança. Os pedidos eram feitos normalmente, sem qualquer aviso de aumento na demanda ou alerta do tempo de espera. “Eu entendo o que eles estão pedindo, mas não posso parar é assim que eu alimento a minha família”, explicou um motoboy, que preferiu não se identificar. Ele aguardava na recepção de um prédio comercial. Para evitar retaliações por parte do movimento, ele preferiu retirar o logo do aplicativo da mochila.

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