O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, indicou um quadro de estabilização e melhora da economia após a crise causada pelo novo coronavírus. Em entrevista ao canal de notícias <i>GloboNews</i>, Funchal afirmou que a arrecadação do ICMS em julho e agosto "empata" com a do mesmo período do último ano e que a emissão de notas fiscais superou os valores de 2019.
Segundo o secretário, os setores de consumo e indústria têm tido uma recuperação mais ágil no País. A exceção, conforme ele, é o setor de serviços. De acordo com o secretário, o déficit primário para 2020 deve chegar a 12% do Produto Interno Bruto (PIB).
Bruno Funchal afirmou, ainda, que as discussões da equipe econômica do governo federal vão na direção de abrir espaço no orçamento para bancar o Renda Brasil por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo. Ele disse que outras medidas são importantes, mas que a criação do novo programa de transferência de renda depende de reduzir as despesas do Executivo.
"A reforma administrativa não tem impacto fiscal de curto prazo, para avançar, discutir Renda Brasil, a gente precisa abrir espaço do lado das despesas, por causa da nossa cláusula pétrea que é o cumprimento do teto de gastos", disse. "Temos que avançar com uma pauta para controle de despesas no curto prazo." Mesmo assim, Funchal disse que uma proposta como a da Reforma Administrativa tem potencial de impactar na curva de juros, por melhorar a visão sobre a trajetória da dívida.