O emprego com carteira assinada no setor privado encolheu 3,5% em setembro ante igual mês do ano passado, o que significa que 409 mil pessoas perderam o trabalho registrado no período de um ano nas seis principais regiões metropolitanas do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a participação da carteira assinada vem diminuindo em relação ao total de empregados.
Em setembro do ano passado, o trabalho registrado respondia por 50,8% da população ocupada. Já no mês passado, esse indicador ficou em 49,9%. “São justamente grupamentos de atividades com alto grau de cobertura de carteira, como indústria e alguns serviços prestados às empresas, que têm demitido”, notou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A indústria demitiu sozinha 149 mil pessoas em setembro ante igual mês de 2014, o que provocou queda de 4,3% no contingente de trabalhadores no setor nesse período. Já os serviços prestados às empresas dispensaram 148 mil no período, recuo de 3,8%. Foram os segmentos que mais demitiram, seguidos pelos outros serviços, que mandou 135 mil trabalhadores para a rua (baixa de 3,1% no número de funcionários).
O maior problema, segundo Adriana, é que a perda da carteira assinada acaba tirando dos trabalhadores os benefícios e a segurança trazidos por benefícios como seguro-desemprego, FGTS e a própria formalidade em si. “Eles perdem todas as prerrogativas que esse emprego oferece”, disse.
Por outro lado, o emprego por conta própria, que tem elevado grau de informalidade, continua crescendo. Em setembro, 113 mil pessoas ingressaram nessa modalidade, o que levou a um aumento de 2,6% no contingente de trabalhadores por conta própria em relação a setembro do ano passado. A categoria já responde por 19,5% da população ocupada, mais que os 18,7% de um ano atrás.
O emprego sem carteira no setor privado, por sua vez, continua em queda. No mês passado, 126 mil pessoas deixaram essa posição, uma queda de 6,2% em relação a setembro de 2014.