Questionadas, cinco das nove empreiteiras integrantes do chamado “clube” negaram o superfaturamento nas obras federais. Segundo elas, os casos ainda estão sendo discutidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que poderá alterar seu entendimento. Quatro delas não responderam à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo até às 20 horas do domingo, 23.
A Andrade Gutierrez disse não haver “qualquer tipo de irregularidade” e assegurou que “todas as obras são realizadas respeitando rigorosamente as cláusulas definidas pelo escopo de cada um dos contratos”. A empresa informou que presta “todas as informações” solicitadas pelo tribunal. Já a Queiroz Galvão afirmou, em nota, que “suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação vigente”. Explicou que se pôs à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e disse não fazer comentários sobre investigações em curso.
Segundo a Construtora Camargo Corrêa, as indicações de “sobrepreço e superfaturamento” não procedem. Em nota, disse ter “convicção” de que, com as informações prestadas ao tribunal, “a regularidade dos contratos será reconhecida”. “É fundamental contextualizar que foram rescindidos de comum acordo os contratos para a execução do lote 2 da ferrovia Norte-Sul e Metrô de Salvador”, comentou. A Constran-UTC, por sua vez, informou que sempre apresentou defesa nas vezes em que foi citada pelo TCU, ressaltando que não há “decisão final nos casos apontados”.
A Odebrecht defendeu a regularidade dos preços que pratica e disse confiar que o tribunal “reconhecerá sua economicidade”. A empresa disse que as tabelas usadas pelos auditores da corte nem sempre são adequadas. “Os custos reais das obras contratadas têm sido demonstrados e as composições de preços devidamente justificadas pela empresa, valendo ressaltar que estão sob análise.” A construtora também nega o envolvimento de seus executivos em esquema de corrupção, dentro ou fora da Petrobras. Questionada sobre o cartel investigado pela Polícia Federal, reagiu: “A Odebrecht não participa de esquemas e pauta sua atuação pelo estrito cumprimento das normas legais aplicáveis” . Mendes Júnior, Iesa, Galvão Engenharia e OAS não se pronunciaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.