Economia

Empresa inova com cosméticos e até cerveja de oliveira

Quando o empresário Cosmo Pacetta resolveu plantar oliveiras no Brasil, a intenção era apenas trazer ao País um símbolo da sua família, cuja origem é italiana. Mas ele passou a estudar a árvore, descobriu seu potencial comercial e criou a Folhas de Oliva, que fabrica 122 produtos – de azeite a cosméticos e cerveja.

O ponto inicial da pesquisa foi descobrir o motivo pelo qual as primeiras mudas plantadas em Estiva Gerbi, no interior de São Paulo, não frutificavam. “Foi aí que descobri que as oliveiras precisam de um disparo de frio. O frio causa um estresse na oliveira, que passa a aflorar e frutificar”, conta Pacetta, que passou a plantar também em Bueno Brandão (MG).

O primeiro produto foi um chá, em 2007, depois a empresa lançou cosméticos, cachaça envelhecida em barris de oliveira, azeite e licor. O lançamento mais recente é a cerveja. “A folha de oliveira é amarga e o lúpulo também. Descobri que as duas moléculas são semelhantes e tive a ideia de juntar”, explica o empresário.

Hoje a empresa trabalha com quatro linhas: bebidas, gourmet, bem-estar e cosméticos. “Tudo é muito artesanal. A empresa não é grande e não quer ser grande para preservar esse trabalho”, garante Pacetta.

Mesmo assim, um dos desafios do empreendimento é mostrar o potencial da oliveira, muito relacionada ao azeite e azeitonas. Outro fator limitante é a complexidade para registrar os produtos. Apesar da empresa ter sido aberta em 2007, o processo de regularização e regulamentação demorou muito.

“Aguardamos um longo tempo para o registro de quase todos os produtos”, revela o empresário. Só em 2013 tínhamos a maior parte dos produtos registrados e, também por causa disso, conseguimos faturar R$ 100 mil no ano passado. Para 2015, a projeção é uma incógnita por conta da retração econômica. “Vendemos produtos mais personalizados, com um preço maior. E isso traz dificuldade.”

A empresa vende pequenas quantidades dos produtos em empórios e mantém uma loja virtual. Como o frete é um limitador, Pacetta tem planos de abrir um espaço físico em São Paulo.

O professor de empreendedorismo do Insper, Marcelo Nakagawa, pontua que o movimento de pequenas empresas criarem negócios inovadores a partir de um mesmo item é comum nos Estados Unidos. Mas no Brasil, segundo ele, o empreendimento precisará convencer o cliente a consumir.

Já o segundo desafio é estar presente nos pontos onde existe esse perfil de consumidor. Segundo o professor, esse é um tipo de item que depende de degustação, experimentação e interação. “As pessoas precisam pegar, ler a embalagem, interagir”, destaca Nakagawa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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