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Empresários do mercado imobiliário cobram de Doria ajustes no Plano Diretor

Os empresários do mercado imobiliário endereçaram ao prefeito de São Paulo, João Doria, novos pedidos de mudanças no Plano Diretor da capital paulista. O presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flávio Amary, defendeu ajustes com o argumento de que é preciso garantir a viabilidade econômica da produção de novos empreendimentos, o que ficou comprometido com a nova legislação. “É importante ressaltar a importância de uma calibragem no Plano Diretor”, disse Amary, na abertura do Summit Imobiliário, que também contou com a presença de Doria.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Amary explicou que o plano sancionado na gestão de Fernando Haddad encareceu o valor das outorgas (licenças dos projetos) e restringiu excessivamente os lançamentos de edificações em certas áreas da cidade, como os miolos dos bairros. O Plano Diretor dá incentivos para que os empreendimentos sejam construídos ao longo dos eixos de transporte público, como corredores de ônibus e arredores de estações de metrô. Além disso, o plano impôs restrições ao número de vagas de garagem nos prédios.

“Precisamos de pequenos ajustes. Não é preciso mudar o conceito do plano, mas sim alguns pontos, para que fiquem adequados à realidade”, disse. Amary mencionou que Doria está sensível ao pleito dos empresários, que vem sendo debatido desde a campanha eleitoral no segundo semestre do ano passado. No entanto, ainda não há prazo nem a confirmação de que o plano será ajustado.

Perspectivas

Apesar disso, o presidente do Secovi-SP disse contar com boas perspectivas para o mercado imobiliário neste ano. A projeção do sindicato é de crescimento de 5% a 10% nas vendas e nos lançamentos do mercado imobiliário residencial da capital paulista em 2017. “Acreditamos que o pior já passou”, afirmou Amary.

Se a projeção de crescimento do mercado imobiliário em 2017 for confirmada, representará uma virada para o setor, que diminuiu de tamanho por três anos consecutivos. De acordo com dados publicados nesta terça-feira, 4, pelo Secovi-SP, os lançamentos de imóveis residenciais em São Paulo somaram 17,6 mil unidades em 2016, queda de 23,3% em relação às 23,0 mil unidades de 2015. Em 2014, os lançamentos atingiram 34,0 mil unidades, e em 2013, 34,2 mil.

Já as vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista totalizaram 16,0 mil unidades em 2016, retração de 19,7% frente às 20,1 mil unidades comercializadas em 2015. Em 2014, as vendas somaram 21,6 mil unidades, e em 2013, 33,3 mil. Com esse resultado, as vendas em 2016 foram as mais baixas da série histórica, com início em 2004.

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