Cidades

EMTU usa critérios técnicos para justificar ausência de cobradores nas linhas intermunicipais

A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) utilizou critérios técnicos para explicar a ausência dos cobradores nas linhas que não contam mais com este profissional. De acordo com a empresa, não existem ocorrências registradas que possam causar qualquer tipo de transtorno ao processo estabelecido dentro do itinerário proposto. Ela também não se pronunciou quanto ao projeto de lei do deputado estado Gileno Gomes (PSL), que prevê a obrigatoriedade dos cobradores.
 
Segundo a EMTU, para permitir a operação experimental sem a presença do cobrador são observados critérios técnicos, como "passageiros transportados, a linha não poderá ter números superiores a 40% de pagantes em dinheiro, além de apresentar baixo índice de renovação de usuários durante o percurso da viagem". O Centro de Gestão e Supervisão da empresa monitora todas as ocorrências operacionais e não há qualquer registro de acidente motivado pela ausência de cobrador, segundo informa a EMTU.
 
Mesmo apontando fatores que influenciaram a exclusão dos cobradores nas linhas intermunicipais, a EMTU preferiu não se pronunciar em relação a jornada dupla de funções realizada p Contus elomotoristas, já que – além de conduzir o veículo – eles tambémcombram as passagens. Sobre a a propositura do parlamentar guarulhense, a empresa preferiu apenas afirmar que está cumprindo a legislação em vigor e que não se pronuncia sobre projetos de lei.
 
Para justificar a remoção dos cobradores, a EMTU utiliza como exemplo as linhas que circulam no Corredor Metropolitano ABD (Jabaquara / São Mateus), atendido pela concessionária Metra, e operam sem cobrador nos veículos há mais de 20 anos. Lá o acesso aos ônibus só é possível mediante a compra antecipada do bilhete magnético ou por meio dos cartões eletrônicos Bom em suas diversas modalidades (comum, escolar, especial, sênior, sênior paulista, vale transporte e empresarial).
 
Nas demais áreas da Região Metropolitana de São Paulo, do total de 507 linhas comuns e frota de 3.872 veículos, há 89 serviços em operação com frota de 527 veículos sem a presença de cobrador, em caráter experimental, a partir de 2008 com a finalização da implantação da bilhetagem eletrônica. Dentre os serviços citados, alguns mantêm o cobrador nos horários de pico com motorista exercendo a cobrança somente nos horários intermediários, quando a maior parte dos embarques é acumulada nos terminais iniciais e o índice de renovação de passageiros durante o percurso é baixo. Na Baixada Santista, a implantação da bilhetagem eletrônica aboliu a figura do dobrador desde 2003. Nessa região, apenas 20% dos passageiros transportados efetuam o pagamento da tarifa em dinheiro ao motorista.

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