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Envolvida em polêmica com a IAAF, Semenya diz que só disputará os 800m no Mundial

Envolvida em uma polêmica com a IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo, na sigla em inglês) por causa de sua condição endócrina chamada hiperandrogenismo, que produz naturalmente a testosterona em excesso, a sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica e tri mundial nos 800 metros, foi taxativa ao falar sobre sua participação no Mundial de Doha, em setembro deste ano. Só competirá no Catar se for na prova na qual é especialista.

“Se não puder correr os 800 metros, não disputarei o Mundial. Nada de 1.500 metros. Tirarei férias e logo voltarei para competir na próxima temporada”, disse Semenya, na noite de domingo, após participar da etapa de Eugene, nos Estados Unidos, da Diamond League. A sul-africana venceu facilmente a prova dos 800 metros com o tempo de 1min55s70, bem longe de seu recorde mundial (1min54s98).

Se não sabe se estará no Mundial deste ano, Semenya revelou que tem o desejo de participar ainda de mais três Jogos Olímpicos, a começar pelo de Tóquio-2020, no Japão. “Espero estar nos Jogos de Tóquio, Paris (em 2024) e de Los Angeles (em 2028)”, contou a atleta da África do Sul, que tem 28 anos.

Recentemente, Semenya acusou a IAAF de a ter usada como um “rato de laboratório”, em um tratamento hormonal destinado a reduzir os níveis de testosterona em atletas hiperandrogênicas. “No passado, a IAAF me usou como um rato de laboratório para observar como o tratamento que eles queriam que eu fizesse diminuía o meu nível de testosterona”, denunciou a atleta, que ganhou as medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e do Rio-2016.

A sul-africana afirmou que apesar de “o tratamento hormonal ter feito se sentir constantemente doente, a IAAF quer agora impô-lo a um nível mais elevado, sem conhecer os efeitos colaterais. Não vou permitir que a IAAF use a mim e ao meu corpo novamente”.

No início de junho, o Tribunal Federal da Suíça, a Suprema Corte suíça, suspendeu temporariamente as novas regras da IAAF, que obrigam que atletas hiperandrogênicas tomem medicação para reduzir os níveis de testosterona, sob pena de ficarem impedidas de participar de competições entre 400 e 1.500 metros.

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