O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu que todos os lados envolvidos cumpram o acordo de cessar-fogo na cidade síria de Alepo. A iniciativa contou com o apoio do governo turco e da Rússia, mas agora a trégua parece caminhar para o fracasso.
Erdogan disse em declaração veiculada pela televisão turca que o cessar-fogo foi “talvez a última esperança para os inocentes” de Alepo e apelou pela abertura imediata de um corredor humanitário “sem qualquer obstrução ou sabotagem” para que as pessoas possam sair da área em segurança. Ele culpou as forças do presidente da Síria, Bashar al-Assad, pela violência desta quarta-feira. “Nem mesmo algumas hora haviam passado desde a conclusão do cessar-fogo e as forças do regime violaram a trégua e novamente começaram a atacar civis”, afirmou Erdogan. Já o Ministério da Defesa russo disse que os rebeldes sírios que desrespeitaram o cessar-fogo.
“O regime de Assad está claramente cometendo crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Alepo. Todos precisam ver esta realidade, incluindo aqueles que dão apoio a ele”, disse o presidente turco. Erdogan informou que tem uma conversa marcada com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta noite.
Já o Irã parabenizou a Síria por expulsar rebeldes de Alepo. O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse nesta quarta-feira que “os bravos filhos da região” forçaram os “terroristas mercenários” a se retirar. Milhares de combatentes xiitas de Irã, Líbano, Iraque e Afeganistão lutam ao lado das forças do regime sírio e estão perto de uma vitória em Alepo, maior cidade do país e sua ex-capital comercial. A Rússia, outro aliado importante do regime de Assad, realiza ataques aéreos.
Ativistas sírios disseram que jatos recomeçaram a bombardear as áreas rebeldes do leste de Alepo. Não estava claro se eles eram realizados pela própria Síria ou pela Rússia.
A chefe da política externa da União Europeia, Federica Mogherini, apelou ao governo sírio e à Rússia para que poupem os civis no momento em que buscam controlar toda a cidade de Alepo.
A imprensa informou que ônibus que deveriam retirar rebeldes e dezenas de milhares de civis de Alepo não conseguiram cruzar um posto de controle e tiveram de retornar. Fonte: Associated Press.