O músico britânico Eric Clapton, de 76 anos, anunciou que não vai fazer shows em locais que exijam vacinação do público contra covid-19. Segundo a revista <i>Rolling Stone</i>, Clapton teria falado ao cineasta Robin Monotti, por meio do aplicativo de mensagens Telegram, a sua recusa. "Após o anúncio do PM (primeiro ministro) na segunda-feira, 19 de julho de 2021, sinto-me na obrigação de fazer um anúncio pessoal: quero dizer que não me apresentarei em nenhum palco onde haja um público discriminado. A menos que haja providências para que todas as pessoas compareçam, eu me reservo o direito de cancelar o show", escreveu Clapton.
O músico se manifestou depois da decisão do primeiro-ministro britânico Boris Johnson de que as casas noturnas inglesas, além de outros estabelecimentos que atraiam grande público, terão de exigir de seus clientes a prova da vacinação completa contra covid-19 a partir do fim de setembro.
Não foi a primeira reação negativa de Clapton – em novembro, ele lançou a canção <i>Stand and Deliver</i>, ao lado de Van Morrison, que servia como protesto contra o isolamento social no combate do coronavírus. A dupla temia que a ausência de público provocasse reações negativas ao mercado musical.
Clapton recebeu a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca em maio, o que lhe provocou reações negativas no corpo. "Tomei a primeira injeção da AZ e imediatamente tive reações graves durante dez dias", escreveu ele a um amigo. "Cerca de seis semanas depois, tomei a segunda dose da AZ, mas com um pouco mais de conhecimento das reações. Mesmo assim, as reações foram desastrosas, minhas mãos e pés estavam congelados, dormentes ou queimando e praticamente inúteis por duas semanas. Temi nunca mais tocar."
As reações de Clapton o isolaram no mundo da música, segundo ele mesmo reconheceu em entrevista a um canal do YouTube, no mês passado. "Tentei entrar em contato com colegas músicos, que não me respondem mais. Meu telefone já não toca mais com frequência. Não recebo mais mensagens e e-mails", afirmou.