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ESPAÇO AAPAH Cidade Seródio e Haroldo Veloso: de galinheiro a moradia

                Os dois bairros são localizados na zona norte da cidade e foram formado a partir dos lotes pertencentes à Granja Aliança, propriedade de Marcial Lourenço Seródio.
 
                Durante a década de 1950 havia 200 granjas espalhadas pela cidade, consistindo assim em uma das principais atividades econômicas da época: a avicultura. Conforme Adolfo Noronha (1961), "Em 1950, registraram-se 141.919 cabeças. Em 1957, contavam-se 420.000 galinhas poedeiras, 188.000 frangos e galinhas de corte, bem como, uma produção anual de meio milhão de pintos, num valor aproximado de 320 milhões de cruzeiros, segundo os valores da época".
 
                Em 1966, o dono da propriedade doou para o Estado de São Paulo que aprovou a construção das habitações populares.
 
                O Conjunto Habitacional Haroldo Veloso foi inaugurado em 1970 levando o nome do Major-Aviador do Ar Haroldo Veloso, um dos maiores conspiradores  no período de 1954 a 1964. Praticamente durante sua estadia na aeronáutica participou de todos os movimentos conspiratórios, entre eles o de Jacareacanga, sendo um dos inspiradores de grupos radicais que promoviam ataques aos apoiadores do presidente João Goulart no período, a Parasar (Paraquedistas da Aeronáutica)
 
                Ainda na década de 1960, após a morte do patriarca da família, sob o controle de Carmina Mendes Seródio, esposa e única herdeira, iniciam-se o processo de loteamento do território.
 
                O bairro Cidade Seródio carrega para sempre o nome da família Seródio. Aliás, nos logradouros do bairro lastro da presença da família: Av. Marcial, E.E Cidade Seródio, E.E Carmina Mendes Seródio,  além de uma infraestrutura em franca expansão.
                A partir de 1995 tem início a formação do centro administrativo de Cidade Seródio. Foram com os galpões sem usos que surgiram toda infraestrutura que o bairro desfruta hoje: posto policial, biblioteca, posto de saúde, escolas, creches e serviços da Proguaru. Hoje o bairro também conta com um terminal urbano de ônibus.
 
                No mesmo local, encontra-se o Circo Escola Cidade Seródio. Inaugurado em 29 de junho de 1991, atualmente é um dos principais equipamentos públicos e tem o objetivo de manter vida a tradição circense ao realizar uma série de atividades voltada para crianças e adolescentes. É também um local de encontro das lideranças locais para debater questões regionais, como o impacto da construção do Rodoanel.
 

[1][1]Historiador, responsável pelo Núcleo de Patrimônio Cultural da AAPAH, coautor dos livros “Cecap Guarulhos – Histórias, Identidades e Memórias”, “Guia Histórico Cultural de Logradouros – Lugares e Memórias de Guarulhos” e “Signos e Significados em Guarulhos – Identidade – Urbanização – Exclusão”.

 

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