Caso seja confirmado o fim das coligações proporcionais nas eleições de 2012, os atuais vereadores e demais pré-candidatos terão de repensar se estão ou não filiados num partido adequado que lhes dará a possibilidade de ocuparem uma vaga no Legislativo. Isso porque com a nova medida, caso aprovada, partidos pequenos certamente não conseguirão alavancar seus representantes.
Articulações
Diante da possibilidade da mudança, alguns experientes políticos locais já estariam discutindo estratégias para lhes assegurar o sucesso nas urnas. Prova disso foi a realização de uma reunião antes do feriado da Páscoa, que contou com a presença de quatorze parlamentares da atual legislatura, promovida pelo presidente da Câmara, Eduardo Soltur (PV), em seu gabinete.
Plantando a idéia
Soltur teria proposto aos presentes a formação de um “Partidão” em Guarulhos onde uma determinada sigla receberia simultaneamente a filiação de pelo menos dez dos atuais vereadores, com o intuito de se criar um grupo forte em busca de cadeiras na Câmara e de atrair os candidatos majoritários mais fortes.
Bom pra todo mundo
No pensamento do presidente do Legislativo, para não haver problemas com os demais pré-candidatos, todos do grupo, sem exceção, seriam imediatamente “amparados” pelos parlamentares e até mesmo pelo Executivo, no caso do partido escolhido ser da base aliada.
Contabilidade
Com esta manobra Soltur acredita que conseguirá eleger pelo menos sete vereadores, além de indicar o nome do candidato a vice numa das chapas majoritárias e ainda conquistar para o grupo pelo menos duas secretarias municipais, o que certamente acomodaria a todos no final das contas.
Reflexão
Olhando para o tabuleiro político, a proposta de Soltur deve mexer bastante com a cabeça dos principais candidatos a prefeito da cidade. Muitas perguntas surgem ao pensarmos no assunto: Será que o PT abriria mão de Derman como vice de Almeida, se o “Partidão” realmente se concretizar? Seria vantajoso para Carlos Roberto (PSDB) investir num projeto desta envergadura? Sabemos somente que projetos assim só avançam se houver coragem, ousadia e pensamento de grupo, deixando sempre as vaidades de lado. Por isso é tão difícil de ser executado, mas não impossível. A proposta de Soltur não deixa de ser interessante, pois estimula o exercício mental.
Sérgio Lessa