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Problemas insolúveis

Alguns problemas parecem não ter solução. Grandes, complexos, com muitas interfaces com órgãos públicos ineficientes, duram anos. Aliados ao descaso das autoridades, dá a impressão que ninguém quer por a mão para resolvê-los.


Em nossa cidade é comum discuti-los quase que diariamente, com nossos vizinhos, no comércio, nas igrejas, nas redes sociais ou qualquer lugar onde se as pessoas da comunidade convivem.


Alguns exemplos: feiras livres nas grandes avenidas prejudicando o trânsito; menores nas ruas pedindo trocados; lixo/entulhos jogados sempre nas mesmas calçadas; carros de som aos finais de semana; sistema de transporte público ineficiente; flanelinhas na zona azul; lâmpadas de iluminação públicas queimadas; ruas esburacadas; camelôs em centros comerciais; DVDs piratas; postos de saúde sem médicos e remédios; entre tantos outros.


Mas porque será que convivemos tanto tempo com estes problemas? Será que o modelo que adotamos há séculos de eleger representantes para gerir os recursos que pagamos em impostos não funciona? Ora, nossos altíssimos impostos são justamente para resolver os problemas da comunidade!


O Brasil passa por uma excelente fase de crescimento. Guarulhos então nem se fala. Em 450 anos, 2011 deve ser o melhor ano entre todos! Recordes de empregos criados, de instalação de empresas e de arrecadação de tributos. Se tudo está indo bem, porque falta dinheiro para investimentos e porque nossos governantes não resolvem alguns destes problemas insolúveis?


Não acredito que faltem recursos. O que impede as soluções é a chamada falta de “vontade política”. Governar é estabelecer prioridades. As prioridades de um bom governante é traçada ouvindo seus eleitores. Agora, se existe um problema que todos comentam e o governo não resolve, é porque falta a vontade política. Ou seja, o governo sabe, mas não quer resolver, pois politicamente tem outras prioridades.


Por isso é importante que as pessoas acompanhem de perto a administração pública. Se o problema insolúvel não se resolve hoje, pode ser encaminhado para ser resolvido na próxima semana, no próximo mês ou ano. O importante é colocar o problema na lista de prioridades para a sua definitiva solução. É frequente assistir exemplos de vontade política no programa CQC em seu quadro Proteste Já! A autoridade sem vontade, normalmente ao ser entrevistada, encontra a solução do problema rapidamente, ou seja, o programa gera uma forte “vontade política” nas autoridades, que priorizam a solução.


Com a participação ativa da comunidade, doses de vontade política podem ser ministradas à autoridades. Quem ganha é o povo!


 


Wilson Lourenço 


Ex-presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) Guarulhos



 

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