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Especial Água – Guarulhos possui duas bacias de água que não são utilizadas

Uso de bacias Ribeirão dos Lavras e Ururuquara ajudariam no abastecimento da cidade

Apesar da probabilidade de nunca ser autosuficiente em distribuição de água, Guarulhos ainda possui bacias não utilizadas que poderiam diminuir a dependência de abastecimento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Segundo o geólogo Marcio Roberto de Andrade, da Universidade Guarulhos (UNG), as bacias Ribeirão das Lavras, no Capelinha, e Ururuquara, na Vila União, seriam boas opções.

O município produz somente 13% da água consumida pelos habitantes, sendo que 4% vem dos 28 poços profundos, 6% da Estação de Tratamento de Água (ETA) Cabuçu e 3% da ETA Tanque Grande. O restante é adquirida da Sabesp. Andrade estima que a bacia Ribeirão dos Lavras poderia disponibilizar até 50 litros de água por segundo, enquanto a Ururuquara daria até 40 l/s. As duas juntas possibilitariam o abastecimento de até 20 mil pessoas. "Elas são micromananciais e poderiam dar acréscimo da produção de água", explica.

No parecer do geólogo, existem sítios arqueológicos na região do Ribeirão dos Lavras, o que prejudica a implantação de uma ETA. Entretanto, ele recorda que o Cabuçu também possui a mesma situação. "Com novos estudos seria possível encontrar formas de valorizar o patrimônio histórico e utilizar a água", afirma.

O fundador do Saae e especialista em hidrologia, Plínio Tomaz, afirma que a melhor forma de diminuir o déficit de água que justifica a realização de rodízio é a implantação de balanço hídrico. O sistema, prometido pelo Saae para o final do ano, consegue através de medidores identificar os vazamentos na rede e ligações clandestinas. Tomaz diz que há outros fontes de água na cidade que não podem ser utilizadas por conta da poluição, como a bacia do Baquirivu-Guaçu.

Saae admite que Ribeirão das Lavras e Ururuquara poderiam ser usados como alternativas

O Saae informa que as bacias do Ribeirão das Lavras e Ururuquara foram analisadas para viabilizar a utilização para o abastecimento do município. A autarquia não confirmou o resultado dos estudos, mas explicou que não existe nenhum projeto para a extração de água nas bacias citadas.

De acordo com o Saae, desde 2007 são investidos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, para otimizar o sistema de distribuição de água e em estudos para analisar a viabilidade de utilização de novos mana nciais.

Entre as intervenções, que custaram R$ 56 milhões, constam cerca de 40 quilômetros de redes primárias; 13 boosters (bombas que aumentam a pressão da água na rede para garantir abastecimento nos pontos mais altos); cinco reservatórios, nas regiões Pimentas (2), Bananal (1), Ponte Alta (1) e Cidade Martins (1); 98 pontos de medição e controle; automação de todos os reservatórios; e setorização do sistema em todo município.

O Saae informa que todos os projetos desenvolvidos têm origem no Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água (PDSA), elaborado entre 2002 e 2003, para orientar o sistema de abastecimento até 2025.

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