Economia

Espera por julgamento de Lula trava negócios e juros fecham perto dos ajustes

A exemplo dos últimos dias, os juros futuros mais uma vez terminaram perto da estabilidade, com viés de queda em alguns contratos, numa sessão de volume abaixo do padrão. A falta de tração para o mercado teve novamente como argumento principal dos profissionais da renda fixa o compasso de espera pelo resultado do julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 24. Além disso, o noticiário esvaziado e a agenda sem destaques contribuíram para a retranca do investidor, que aguarda o julgamento com “otimismo contido”, nas palavras da gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira, em torno de um placar de 3 a 0 pela condenação de Lula.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou estável em 6,915% , assim como também ficou no mesmo patamar do ajuste de quinta-feira DI para janeiro de 2023, em 9,69%. A taxa do DI para janeiro de 2020 passou de 8,10% para 8,08% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,94% para 8,93%.

Da mesma forma como percorreram a manhã, as taxas passaram a tarde com oscilações restritas, mesmo diante da sequência de mínimas do dólar, que levou a moeda abaixo dos R$ 3,20 no intraday, e de notícias como a decisão da Petrobras de reduzir também os preços do GLP de uso industrial e comercial, como já havia feito com o gás de uso residencial. “Não tem nada hoje, estamos na expectativa com o julgamento e com a agenda vazia, que começará a ganhar corpo só na véspera do julgamento”, disse Patricia.

No exterior, o clima também é de expectativa, no aguardo de uma definição de um acordo entre republicanos e democratas no Senado para impedir a paralisação do governo à meia-noite. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o senador democrata Chuck Schumer, líder do partido no Senado, estão reunidos para tratar do tema. A extensão do financiamento ao governo federal e a elevação o teto da dívida do país até 16 de fevereiro deve ser votada nesta sexta no Senado.

Para o banco Goldman Sachs, a possibilidade de paralisação do governo federal dos Estados Unidos aumentou de 35% para 60%.

Às 16h41, o dólar à vista caía 0,20%, aos R$ 3,2029, e o Ibovespa subia 0,04%, aos 80.995,50 pontos. Em Wall Street, o Dow Jones recuava 0,19% e o S&P 500 avançava 0,15%.

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