O estado de São Paulo encerra 2024 com indicadores de mercado de trabalho em patamares históricos. Segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (24), a taxa de desocupação no estado recuou de 9,1% em 2022 para 6,2% em 2024, o menor índice registrado nos últimos 12 anos. Em termos absolutos, o número de trabalhadores desocupados sofreu uma redução drástica de 30% no período de dois anos.
Expansão da ocupação e formalização
A população ocupada saltou de 22,8 milhões em 2022 para 24,1 milhões em 2024, o que representa a entrada de 1,25 milhão de novas pessoas no mercado de trabalho (alta de 5,5%). Desse total, a força do trabalho formal também se destacou: o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 4,3%, com um acréscimo de 680 mil novos postos formais.
Destaques dos indicadores de ocupação (2024):
- População ocupada total: 24,114 milhões (+1,251 milhão ou 5,5%).
- Trabalhadores formais: 16,397 milhões (+680 mil ou 4,3%).
- População desocupada: 1,598 milhão (queda de 690 mil ou 30%).
- Queda na taxa de desocupação: Redução de 2,9 pontos percentuais.
Perfil da desocupação: idade, gênero e raça
A retração do desemprego foi verificada em todos os recortes demográficos e sociais. O grupo de jovens (14 a 29 anos) foi o que apresentou a maior queda, enquanto as mulheres e a população preta ou parda também registraram avanços significativos.
Taxa de desocupação por faixa etária:
- 14 a 29 anos: Caiu de 16,5% para 10,7% (queda de 5,8 pp).
- 30 a 49 anos: Caiu de 6,7% para 4,7% (queda de 2 pp).
- 50 anos ou mais: Caiu de 5,1% para 4,4% (queda de 0,7 pp).
Recortes por Sexo e Cor/Raça:
- Homens: 5,1% (queda de 2,3 pp).
- Mulheres: 7,5% (queda de 3,6 pp).
- População Branca: 5,4% (queda de 2,7 pp).
- População Preta ou Parda: 7,3% (queda de 3,5 pp).
Escolaridade e jornada de trabalho
O nível de instrução das pessoas ocupadas em 2024 também apresentou leves oscilações positivas:
- Sem instrução ou fundamental incompleto: 13,3% (+0,3 pp).
- Ensino fundamental completo ou médio incompleto: 12,3% (+0,2 pp).
- Ensino superior completo: 28,4% (+0,1 pp).
Quanto às jornadas de trabalho, o IBGE detectou aumento de ocupados nas faixas de 31 a 39 horas (4,3% do total), 40 a 44 horas (57,2%) e mais de 49 horas (13,7%). No que tange ao tempo de procura por emprego, a maior diminuição da desocupação ocorreu entre aqueles que buscavam trabalho há mais de um mês e menos de um ano (39,4% do total, queda de 1,1 pp).
Rendimento e poder de compra
Além do aumento no número de vagas, o trabalhador paulista viu seu rendimento crescer. O ganho médio subiu 9% em dois anos, aproximando-se da marca de R$ 4 mil mensais. O rendimento-hora teve um salto ainda maior, com alta de 11%.
Dados detalhados sobre rendimentos (2024):
- Rendimento médio (trabalho principal): R$ 3.760 (+8,6%).
- Rendimento médio (todos os trabalhos): R$ 3.884 (+9% ou R$ 322 a mais).
- Rendimento-hora médio (trabalho principal): R$ 22,9 (+10,6%).
- Rendimento médio com carteira assinada: R$ 3.541 (+4,5%).
Crescimento por idade e escolaridade: os maiores aumentos salariais foram observados nos extremos das faixas etárias: jovens de 14 a 29 anos (R$ 2.525, alta de 12,4%) e pessoas com 60 anos ou mais (R$ 4.133, alta de 10,9%). No critério escolaridade, os maiores avanços no rendimento-hora ocorreram entre trabalhadores com ensino superior completo (R$ 42,1, alta de 11,4%) e aqueles sem instrução (R$ 14,2, alta de 11%).



