Economia

Estrela, uma das mais antigas da Bolsa, vai fechar o capital

O mercado acionário brasileiro vai perder, nas próximas semanas, uma de suas companhias mais antigas: a Brinquedos Estrela A empresa aguarda a conclusão de uma Oferta Pública de Aquisição de Ações para fechar seu capital. No primeiro semestre desde ano, a companhia teve prejuízo de R$ 23,8 milhões.

A fabricante de brinquedos, que já foi uma das maiores do País, é a 10ª empresa de capital aberto mais antiga da BM&FBovespa. Seu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) data de 28 de junho de 1968. Procurada, a Estrela não quis se manifestar sobre o assunto.
De acordo com essa classificação, a empresa mais antiga da Bolsa é a Romi, seguida por CSN e Jereissati Participações.

O critério de registro na CVM foi adotado porque não existe uma lista oficial com as datas iniciais de negociação das ações. A BM&FBovespa só tem dados sobre a estreia dos papéis a partir de 2002. As companhias até informam essa data em um documento enviado à CVM chamado Formulário Cadastral, mas existem inconsistências nesses dados, como, por exemplo, data de registro na CVM idêntica ao início das negociações, o que é impossível com o processo para a abertura de capital no Brasil.

O caso da Petrobrás, por exemplo, é emblemático: a petroleira, que por muitos anos foi a maior empresa do País, tem como data de registro CVM o dia 20 de julho de 1977. Mas o formulário, aponta início das negociações em agosto de 1968. A empresa explica que foi listada em 1968, mas que a CVM só foi criada em 1976.

O Banco do Brasil também tem registro na CVM de julho de 1977, mas poderia ser considerado protagonista da primeira oferta pública de ações do País (IPO, na sigla em inglês), já que em 1808, quando da transferência da Corte portuguesa para o Brasil, d. João VI vendeu 1.200 títulos de subscrição da instituição. Segundo a assessoria de imprensa do banco, em 2015, o BB completa 109 anos na listagem em bolsa de valores.

A mais antiga. Em meio à atual crise econômica no Brasil e o desempenho sofrível do Ibovespa, que acumula queda de mais de 14% em 12 meses e atingiu recentemente o menor patamar em dólares desde setembro de 2005, muitas companhias de pequeno e médio porte podem ficar tentadas a fechar o capital, já que ser uma empresa listada tem altos custos regulatórios. Esse não é o caso, porém, da Romi, garante seu diretor financeiro e de relações com investidores, Fábio Taiar.

Para ele, estar na Bolsa já faz parte da cultura da Romi e traz grandes vantagens. “Não é só a possibilidade de captar recursos, é também uma forma de perpetuar a companhia. Hoje, nós temos um formato de gestão que não depende da família fundadora estar na execução”, comenta. Em 2007, a companhia migrou para o segmento Novo Mercado, que exige padrões mais rígidos de governança. “O bloco controlador sempre instituiu como filosofia a transparência e o respeito com o mercado de capitais.”

Questionado sobre a crise, o diretor disse que a economia é cíclica e o desempenho da Bolsa também. “O futuro é muito difícil de prever, mas posso dizer com convicção que o mercado de capitais faz parte da rotina da Romi.”

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