O vice-presidente de Supervisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michael Barr, reitera que os agudos estresses observados no setor bancário dos Estados Unidos em março arrefeceram, conforme texto preparado para o discurso que o dirigente fará na terça-feira, 14, no Senado dos EUA, divulgado nesta segunda-feira, 13.
Barr ressalta que os níveis de capital regulatório avançaram no primeiro semestre deste ano, enquanto os de liquidez recuaram em relação ao pico verificado em 2022, embora ainda estejam bem acima dos níveis pré-pandemia.
Já os lucros permanecem sólidos, apesar de pressão referente a margens de juros, de acordo com ele. "O nosso sistema bancário é sólido e resiliente", reforça.
O dirigente acrescenta que a quebra de Silicon Valley Bank, Signature Bank e First Republic Bank refletiu, em grande medida, tomada de risco excessiva associada a ativos de longa duração, além de uma dependência muito grande de depósitos não segurados.
Segundo ele, outros bancos têm questões semelhantes e estão administrando os riscos. "Além disso, alguns bancos que dependem fortemente de depósitos não segurados estão utilizando fontes de financiamento mais caras para gerir o seu risco de liquidez", comenta.
Barr destaca que os empréstimos cresceram este ano, embora em ritmo mais lento que em 2022, com critérios de crédito mais rígidos. "As taxas de inadimplência dos empréstimos permanecem geralmente baixas e os bancos aumentaram as provisões para perdas de crédito para mitigar potenciais perdas futuras em resposta ao aumento das inadimplências em empréstimos relacionados com imóveis comerciais (CRE) e alguns setores de consumo", pontua.
<b>Supervisão intensificada</b>
O vice-presidente de Supervisão do Federal Reserve defende ainda que o ritmo de supervisão bancária deve se intensificar, à medida que o tamanho das empresas aumenta em tamanho e complexidade. "Desde as quebras bancárias no início deste ano, o Federal Reserve tem avançado com formas de melhorar a velocidade, a força e a agilidade da supervisão, conforme apropriado", garante.
Barr assegura que o banco central está ciente das diferenças em dimensão, risco e complexidade das instituições supervisionadas ao definir a nova estrutura.
De qualquer forma, ele reconhece que é impossível antecipar todos os riscos emergentes. "É por isso que também é importante ajudar a garantir que o nosso quadro regulamentar estabeleça uma base sólida para a resiliência, independentemente de como ou onde o risco se origina", afirma.