O futebol colombiano uma vez mais se depara com uma dura realidade: o envolvimento do narcotráfico no esporte. O Tesouro americano anunciou que o time do Envigado, da primeira divisão colombiana, passou a fazer parte de uma lista negra da Justiça americana por ser parte de um cartel de drogas e por ser usado como forma de lavagem de dinheiro do narcotráfico.
Foi no Envigado que James Rodríguez, artilheiro da Copa do Mundo do Braisl, foi revelado em 2007, com apenas 15 anos.
Depois de uma longa investigação, o governo americano concluiu que o dono do clube, Juan Pablo Upequi, era um dos líderes do cartel e que usava o time de futebol para justificar os lucros das drogas.
O clube e seu dono aparecem numa nova lista com 10 pessoas e 14 entidades publicada pelas autoridades americanas nesta semana, na “guerra contra as drogas”. Segundo os Estados Unidos, Upegui está envolvido no tráfico e presta serviços para as gangues colombianas, entre eles o de coleta de dinheiro de devedores, extorsão e assassinato.
Desde quarta-feira, todos os ativos do clube e de seu cartola nos Estados Unidos foram bloqueados. Pela lei americana, nenhum cidadão ou empresa do país estão autorizados a manter qualquer tipo de contrato comercial com os envolvidos. O clube negou qualquer envolvimento com as drogas e insiste suas contas são anualmente aprovadas e verificadas.
Vencedor da Chuteira de Ouro na Copa do Mundo, James Rodríguez marcou nove gols em 30 jogos pelo Envigado. De lá foi para o Banfield, da Argentina. Em 2010, foi transferido ao Porto e, em 2013, passou a defender o Monaco. atualmente ele é uma das estrelas do Real Madrid. Pela seleção colombiana, Rodríguez já marcou doze gols desde 2011.
Essa não é a primeira vez que o futebol colombiano se vê marcado pelo trágico de drogas. Em 2011, a Justiça do país revelou como US$ 1,5 bilhão do narcotráfico eram lavados por vários clubes, entre eles o Santa Fé, de Bogotá. Nos anos 80, o chefe do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, investiu milhões no Atlético Nacional. No final daquela década, o time venceria a Copa Libertadores.
Há dois anos, a direção do clube Millonarios de Medellín anunciou que estava pensando em devolver as taças de campeão do país de 1987 e 1988, admitindo que os torneios foram “influenciados pelo narcotráfico”.