Estadão

EUA devem investir US$ 20 bi para substituir guindastes chineses usados em portos no país

O governo do presidente Joe Biden planeja investir US$ 20 bilhões na fabricação nacional de guindastes de carga, buscando combater o uso de produtos fabricados na China com software avançado em muitos portos norte-americanos, sob temores de um possível risco à segurança nacional. A medida faz parte de um conjunto de ações que estão sendo tomadas pelo governo nesta quarta-feira com o objetivo de melhorar a segurança cibernética marítima.

Elas incluem uma diretriz de segurança da Guarda Costeira dos EUA para exigir certos requisitos de segurança digital para guindastes de construção estrangeira atualmente implantados em portos marítimos estratégicos, bem como uma ordem executiva do presidente Biden estabelecendo padrões básicos de segurança cibernética para redes de computadores que operam nos portos dos EUA.

Autoridades do governo disseram que mais de US$ 20 bilhões devem ser investidos em segurança portuária, incluindo a produção doméstica de guindastes de carga, nos próximos cinco anos. O dinheiro apoiará uma subsidiária americana da Mitsui, uma empresa japonesa, para produzir os guindastes. Segundo as autoridades, será a primeira vez em 30 anos que os guindastes serão construídos internamente. Os recursos para a construção são provenientes do projeto de lei bipartidário de infraestrutura de US$ 1 trilhão, aprovado em 2021.

Embora comparativamente bem feitos e baratos, os guindastes atuais, fabricados pela chinesa ZPMC, contêm sensores sofisticados que podem registrar e rastrear a origem e o destino dos contêineres, o que gera preocupações de que a China possa capturar informações sobre o envio de material militar para dentro ou fora dos EUA. Eles representam quase 80% dos guindastes navio-terra em uso nos portos dos EUA, segundo as autoridades.

Até o momento, as autoridades dos EUA se recusaram a dizer se os chineses usaram os guindastes para cometer delitos relacionados à segurança nacional. Anteriormente, a China já havia descartado as preocupações dos EUA com as ameaças cibernéticas de Pequim, incluindo os guindastes, como sendo "movidas por paranoia". Fonte: <i>Dow Jones Newswires</i>

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