Estadão

EUA: polícia entra em universidade após briga entre estudantes pró-Palestina e pró-Israel

A violência eclodiu antes do amanhecer desta quarta-feira, 1º, em um acampamento na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde manifestantes protestam contra Israel em razão de mortes de civis na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. As brigas ocorreram entre grupos pró-Palestina e pró-Israel. A polícia foi ao local para interromper os distúrbios.

As pessoas jogavam cadeiras, empurravam e chutavam umas às outras. Alguns manifestantes armados com paus bateram em outros. Antes da chegada da polícia, um grupo se amontoou sobre uma pessoa que estava deitada no chão, chutando-a e batendo nela até que outros a tirassem do meio da confusão.

"Atos horríveis de violência ocorreram no acampamento hoje à noite e imediatamente chamamos a polícia para obter apoio de ajuda mútua", disse Mary Osako, funcionária da UCLA, em declaração ao jornal do campus, Daily Bruin.

Os confrontos ocorreram do lado de fora das barracas no acampamento, onde os manifestantes pró-Palestina ergueram barricadas para proteção. Os manifestantes pró-Israel tentaram derrubá-las. A segurança no campus foi reforçada na terça-feira, 30, depois que as autoridades disseram que houve "altercações físicas" entre os dois grupos.

Segundo o gabinete da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, a polícia estava "respondendo imediatamente" a um pedido de apoio na universidade. Já o Departamento de Polícia da cidade afirmou que, devido a "vários atos de violência", dentro do acampamento, a intervenção era para "restaurar a ordem e manter a segurança pública".

"O Corpo de Bombeiros e a equipe médica estão no local", acrescentou. "Estamos enojados com essa violência sem sentido, e ela precisa acabar."
Vídeos postados nas mídias sociais mostram confrontos envolvendo manifestantes, fogos de artifício explodindo perto de grupos de manifestantes e pessoas borrifando o que pareciam ser sprays irritantes umas nas outras. Algumas pessoas também são vistas derrubando barricadas de metal que cercam o acampamento.

A prefeita Bass conversou com Gene Block, reitor da universidade, e Dominic Choi, chefe de polícia de Los Angeles, de acordo com uma publicação na mídia social de Zach Seidl, principal porta-voz da prefeita.

Na noite de terça-feira, as autoridades da universidade declararam ilegal um acampamento pró-palestino no campus e advertiram os manifestantes de que eles enfrentariam consequências se não saíssem. Foi uma reviravolta brusca em um campus que estava entre os mais tolerantes, já que os protestos varrem os campi em todo os EUA.

<b>Em outras universidades</b>

Mais cedo na terça-feira, autoridades da Portland State University, no Oregon, pediram aos manifestantes que deixassem a biblioteca que haviam ocupado no campus. A polícia também entrou em um acampamento na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, prendendo cerca de 30 pessoas, mas os manifestantes retornaram no final do dia.

Manifestantes pró-palestinos foram presos no City College of New York, no Harlem, na noite de terça-feira, 30, depois que alguns deles tentaram ocupar um prédio administrativo. As prisões ocorreram no momento em que as autoridades da vizinha Universidade de Columbia pediram ao Departamento de Polícia de Nova York que liberasse um prédio que havia sido ocupado.

Em Columbia, Nova York, policiais com equipamento antimotim efetuaram dezenas de prisões na noite de terça-feira e esvaziaram um prédio que os manifestantes haviam ocupado por quase um dia. Às 2h da manhã de quarta-feira, os policiais estavam removendo faixas da fachada do prédio. Um acampamento de protesto nas proximidades havia sido limpo, deixando para trás marcas quadradas na grama.

Em Rhode Island, os estudantes da Brown University desmontaram seu acampamento na terça-feira. Na Costa Oeste, a polícia encerrou a ocupação de oito dias de um prédio administrativo na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, em Humboldt.

Mais de 1.000 manifestantes foram levados sob custódia nos campi dos EUA desde a primeira prisão em Columbia, em 18 de abril, de acordo com uma contagem do <i>The New York Times</i>. (Com agências internacionais).

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