Estadão

Europa: bolsas fecham em forte queda, com covid-19 e China pesando e BCE no radar

Os mercados acionários da Europa tiveram em sua maioria quedas consideráveis nesta quinta-feira, 8, superiores a 2% em alguns casos, como Paris e Milão. A fraqueza das bolsas da Ásia pesou sobre os negócios desde o início do dia, com foco também nos riscos trazidos pela variante delta da covid-19 à recuperação econômica. Além disso, foi monitorado o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de um ajuste em sua política monetária, embora este não tenha sido decisivo para o rumo dos negócios nesta quinta.

O índice pan-europeu Stoox 600 fechou em baixa de 1,72%, em 451,61 pontos.

A China intensificou a supervisão regulatória sobre grandes empresas de tecnologia locais. Além disso, indicou que deve relaxar sua política monetária, inclusive com cortes em compulsórios bancários. Este estímulo poderia apoiar as bolsas, mas hoje na Ásia prevaleceu a leitura de que pode haver fragilidades na segunda economia mundial, as quais poderiam comprometer a retomada no mundo. O resultado foi um recuo das praças asiáticas, influenciando negativamente a Europa.

O ING alerta ainda em relatório que a temporada de feriados na Europa "deve disseminar a variante delta mais amplamente pela zona do euro". Por outro lado, o banco acredita que o avanço na campanha de vacinação pode frear esse impacto. De qualquer modo, os riscos da cepa da covid-19 para a retomada seguiram hoje em foco.

Na política monetária, o BCE passou a adotar meta de inflação de 2%, não de "quase 2%" como até então. O banco central disse que os preços podem subir um pouco acima dessa faixa por um período transitório, mas a meta não é igual ao conceito de "inflação média de 2% ao longo do tempo", como a do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), ressaltou a presidente do BCE, Christine Lagarde. Para o ING, a revisão torna a política monetária do banco central "mais estruturalmente dovish". Já o Nordea disse não ver grandes mudanças e previu que a redução no ritmo das compras de bônus deve ocorrer no outono local, que começa em 22 de setembro.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 1,68%, em 7.030,66 pontos. Entre ações em foco, Lloyds caiu 2,51%, após o banco ser multado em 90,7 milhões de libras (US$ 125,2 milhões) pelo regulador do Reino Unido pelo modo como renovava seguros residenciais entre 2009 e 2017.

Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,73%, a 15.420,64 pontos. Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 2,01%, para 6.396,73 pontos.

Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB recuou 2,55%, a 24.641,47 pontos. Em Madri, o índice IBEX 35 caiu 2,31%, a 8.650,10 pontos, e em Lisboa o PSI 20 teve baixa de 0,74%, para 5.149,11 pontos.

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