A deputada estadual Renata Souza (PSOL), candidata à Prefeitura do Rio na última eleição, registrou ocorrência na manhã desta segunda-feira, 21, após receber ameaças nas redes sociais. No Facebook, um homem comentou que ela "falava demais" e que iria "perder a linguinha" por causa disso. Também disse que a vereadora Marielle Franco, de quem Renata foi chefe de gabinete, teria morrido pelo mesmo motivo.
A parlamentar – que, assim como Marielle, é criada no Complexo da Maré – foi à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática fazer o registro do caso. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj), Renata é mais uma mulher negra a sofrer ameaças de morte nas redes sociais. No Estado, o mesmo já ocorreu com a deputada federal Talíria Petrone (PSOL), que precisou se mudar do Rio.
Após as últimas eleições municipais, houve outros relatos parecidos País afora. Como mostrou o <i>Estadão</i>, investigações apontam para uma ação coordenada voltada para ameaças de cunho racista, machista e homofóbico. Para apurar esses relatos, pelos menos três Estados e órgãos internacionais, como a Interpol, trabalham de modo integrado.
No boletim de ocorrência (BO) desta segunda, Renata cita ainda outras ameaças recebidas durante o ano nas redes sociais. "Espero que as forças policiais investiguem esses criminosos. Já mataram Marielle, não posso subestimar qualquer ameaça e espero que nenhuma instituição democrática a subestime. Não vão nos calar", disse a deputada. "Em plena democracia, não é possível que uma parlamentar tenha as suas atividades cerceadas e intimidadas."