Um pequeno grupo de manifestantes se concentrou na tarde desta terça-feira na avenida Bom Clima, em frente ao Paço Municipal, para protestar contra o não pagamento das rescisões por parte da Prefeitura de Guarulhos. Eles fazem parte de um grupo de quase 2 mil comissionados, que foram exonerados dos cargos em 1º de janeiro pelo prefeito Guti (PSB), que acatou decisão judicial.
No ano passado, o então prefeito petista Sebastião Almeida (agora PDT) se tornou réu em ação penal por seguidamente nomear servidores em comissão. A Justiça determinou que todos fossem exonerados até 31 de dezembro, o que não ocorreu, já que o ex-prefeito não teria verbas para efetuar os pagamentos das rescisões, transferindo a responsabilidade para seu sucessor.
Ao assumir, Guti foi orientado pela Secretaria de Assuntos Jurídicos para aguardar um parecer da Justiça antes de programar o pagamento das rescisões. Como o novo prefeito pegou a administração atolada em dívidas (R$ 7,4 bilhões), não havia como programar ou efetuar as possíveis verbas rescisórias. No entanto, por serem comissionados, eles não têm os mesmos direitos daqueles regidos pela CLT. Nem mesmo mulheres grávidas têm qualquer estabilidade.
Nesta terça-feira, durante entrevista coletiva sobre os 100 dias de governo, Guti tocou no assunto. “Não tenho problema algum em falar sobre isso. Temos uma posição do jurídico que nos impede de efetuar qualquer pagamento. Caso eles consigam apresentar alguma fórmula ou parecer diferente, vamos para o segundo passo, que seria encontrar uma forma para programar os pagamentos. Hoje não podemos prometer nada”.
À tarde, o pequeno grupo voltou ao Paço para protestar. Uma comissão foi recebida por representantes do prefeito, que deu as mesmas informações a eles. Inconformados, os ex-comissionados, que serviram ao governo do PT até o final do ano passado, chegaram a interditar a avenida Bom Clima, por volta das 17h, prejudicando o trânsito em toda a região.
