Com um cenário de ajustes na política econômica no ano que vem, a expectativa dos economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para 2015 é que o varejo brasileiro mantenha os patamares atuais de crescimento – entre 1% e 2%. “Dependendo da severidade do ajuste, a perspectiva pode ser de crescimento menor. Se o ajuste for mais gradual, que permita o crescimento do PIB entre 0,5% e 1%, podemos esperar as vendas do varejo, no cenário geral, com crescimento de até 2%”, afirmou o economista-chefe da instituição, Marcelo Solimeo.
Para Solimeo, o mais importante a ser feito no ano que vem é manter a transparência no processo econômico. “A expectativa é de um ajuste gradual e ele precisa ser transparente, na direção correta, para acalmar o mercado e resgatar a confiança”, afirmou. Segundo ele, a situação no ano que vem é importante para definir o futuro econômico dos próximos anos. “2015 já foi. Temos que pensar nessas mudanças, num ano de ajuste, para pensarmos nos anos seguintes”, disse.
O economista destacou a credibilidade dos nomes indicados pela presidente Dilma Rousseff para a condução da política econômica. Segundo ele, o ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, é conhecido por fazer cortes e ajustes. “Ele tem experiência”, disse. Além disso, Nelson Barbosa, indicado para a pasta de Planejamento e o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que deve permanecer no cargo, na visão do economista, são “técnicos competentes”. “A expectativa é que essa equipe tenha condições de atuar com autonomia.”
O economista Ulisses Ruiz Gamboa também elogiou a futura equipe econômica e disse que as expectativas são boas. “Há uma esperança de que se possa recuperar a credibilidade da política econômica e que isso melhore a confiança do consumidor e do empresário”, afirmou.