A fábrica Inovat, de Guarulhos, empresa do grupo União Química, apresentou nesta quinta-feira, 20/05, as primeiras 100 mil doses da vacina russa Sputnik V, produzidas no Brasil. Mas devido à não aprovação para aplicação no Brasil pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), os imunizantes serão exportados para outros países da América do Sul. O evento nesta manhã teve a participação do prefeito de Guarulhos, Guti, o primeiro a manifestar ainda em janeiro deste ano a intenção de comprar as vacinas produzidas na cidade.
Segundo a Inovat, o laboratório é o primeiro privado a produzir vacinas contra Covid-19 no Brasil, em um desenvolvimento que levou apenas cinco meses, período que eles transformaram todo um setor da antiga fábrica da Pfizer, situada na região do Cecap, em uma indústria de vacinas. Neste período, além de obter a autorização para a produção do imunizante russo para exportação, a empresa vem tentando a liberação para o uso no Brasil, o que não ocorreu até o momento, já que a Anvisa alega que não recebeu ainda toda a documentação necessária. A Sputnik V é utilizada em diversos países da Europa e da América do Sul e tem eficiência comprovada superior a 98% após a aplicação das duas doses, que ocorrem em um período de 28 dias entre a primeira e a segunda.
Guti, presente à cerimônia, lembrou que Guarulhos assinou um termo de intenção de compra direta, além de participar de dois consórcios, o de municípios do Alto Tietê, e do Conectar, formado por mais de 2.000 cidades brasileiras ligadas à Frente Nacional de Prefeitos. Todos tentam adquirir vacinas contra Covid-19 para intensificar a imunização da população e reforçar as ações do Plano Nacional de Imunização. No entanto, até o momento, o governo federal ainda não deu a permissão para que as prefeituras fechem os contratos diretamente com os fornecedores de vacina.