Única fabricante nacional de gases industriais e medicinais, a Indústria Brasileira de Gases (IBG), com sede em Jundiaí, negocia com diversas instituições a locação de uma aeronave de supercarga nos Estados Unidos para transportar uma carreta de 40 toneladas com oxigênio líquido para Manaus. A logística para esse tipo de produto é mais simples do que a do gás em cilindros, mas o Brasil não dispõe de um avião cargueiro com essa capacidade.
O sócio-presidente da IBG, Newton de Oliveira, diz que o grupo tem quatro fábricas no País dedicadas à produção de oxigênio, uma em Forquilhinha (SC) e três em Jundiaí, que operam com 50% da capacidade. Uma delas, em São Paulo, está parada "porque não tem mercado", informa o executivo.
O grupo completou 29 anos ontem e tem, ao todo, 10 unidades que produzem cerca de 5 milhões de metros cúbicos por mês e 17 estações de enchimento de cilindros em dez Estados, mas nenhuma na região do Amazonas. Segundo Oliveira, da produção total do segmento, dominado por multinacionais, tradicionalmente 10% era destinada aos hospitais, porcentual que aumentou para 20% a 30% com a pandemia da covid-19.
Ontem, a Honda, fabricante de motocicletas em Manaus, adquiriu da IBG 300 cilindros de oxigênio (com 3 mil metros cúbicos de gás) que serão transportados hoje pela Força Aérea até a capital amazonense e doados a hospitais locais. Outra empresa do ramo de soluções de transporte de oxigênio, a Egsa, levou 500 cilindros de pequeno porte (500 metros cúbicos) para abastecer e serem entregues à cidade.
Oliveira afirma que tem recebido muitos telefonemas de empresas interessadas em adquirir o produto para doação, mas, embora a empresa tenha disponibilidade, o problema é a logística para transporte.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>