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Falar de impeachment cheira a golpe, diz Pepe Vargas

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, considerou “inadmissível” que as manifestações programadas para este domingo levantem a bandeira de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Cheira a golpe”, comentou.

Ele argumenta que houve uma eleição legítima e as tentativas de questionar a legitimidade das eleições todas foram negadas pela Justiça Eleitoral. “A tentativa de questionar é golpe à democracia. Não podemos aceitar isso. Há uma presidente no exercício do seu cargo ungida pelas urnas. E falar em impeachment é desrespeitar a vontade majoritária da população brasileira que foi às urnas, é algo que cheira a golpe e isso é inadmissível”, ressaltou o ministro, após café da manhã com lideranças dos partidos da base aliada em Brasília.

Para este domingo estão previstos protestos nas principais capitais brasileiras contra a presidente Dilma Rousseff que devem mobilizar pedidos a favor da saída da petista do comando da presidência.

Questionado se ele considerava as pessoas que se manifestarem a favor do impeachment como “golpistas”, o ministro se esquivou: “Acho que não vai todo mundo para a rua a favor do impeachment. Alguns da oposição, sim. Respeitamos a manifestação das pessoas. Essa é tese de alguns da oposição. O que nós respeitamos é a manifestação das pessoas”. Os partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS e Solidariedade) pretendem dar suporte formal e informal aos atos programados para todo o País.

Único representante do Palácio do Planalto no encontro, realizado na casa do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), Pepe Vargas defendeu ainda a decisão da presidente Dilma de ampliar o núcleo político do governo, que passará a contar com a participação do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSB), do ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB) e do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. “Nós precisamos mais de ministros fazendo política. Todos os ministros precisam articular politicamente”, disse.

Para o encontro eram esperados o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que não compareceram.

Na avaliação de interlocutores do governo, a ampliação do grupo articulador é uma tentativa da presidente Dilma de reduzir a pressão pelo afastamento de Mercadante, um dos principais nomes da atual coordenação política. Setores do próprio PT argumentam que Mercadante não está tendo boa atuação num momento em que o governo enfrenta sua pior crise.

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