A situação no Cruzeiro não é nada boa dentro e fora dos gramados. Em campo, o time foi derrotado na quarta-feira pelo lanterna Oeste por 1 a 0, em Belo Horizonte, e praticamente ficou sem chances de acesso na Série B do Campeonato Brasileiro. Nos bastidores, os jogadores fizeram um protesto contra os atrasos salariais e a falta de perspectiva do pagamento dos vencimentos pela diretoria do clube ao não concentrarem para a partida.
Com a incerteza da continuidade de seu trabalho no Cruzeiro, o técnico Luiz Felipe Scolari disse que entendeu o ato dos atletas e sinalizou que não há diálogo neste momento entre jogadores e diretoria. Para ele, a atitude do grupo foi uma situação normal.
"Entendi perfeitamente que é uma forma de tentar conversar com a direção. Foi tudo bem. Cada um foi para sua casa, dormiu tranquilamente, como dormem todos os dias nas semanas que antecedem os jogos ou naqueles dias que não vamos ter jogos. Eles vão para casa normalmente. Se comprometeram a ir para casa, terem os cuidados necessários, e acho que aconteceu tudo isso normalmente. Tranquilamente. Não tem problema nenhum neste sentido", disse Felipão.
Questionado sobre o seu futuro dele como técnico do Cruzeiro – tem contrato até o final de 2022 -, o técnico disse que seguirá o planejamento até o fim da Série B, mas não respondeu sobre a continuidade do vínculo a partir de fevereiro.
"Quanto à minha continuidade, vou hoje (quinta-feira) para a Toca fazer meu exame para ir para Caxias do Sul. E está tudo seguindo os parâmetros que a gente traçou. Normalmente até o fim do campeonato e é o que a gente vai fazer tranquilamente…. Até agora à noite (minha paciência) que vou fazer o teste do covid para o jogo contra o Juventude. Minha paciência é essa, a normal. Saio daqui, vou para a Toca, faço o teste de covid e rezo a Deus que não tenha nenhum problema e viajo amanhã (sexta) para Caxias para jogar contra o Juventude", explicou.
Felipão revelou que irá conversar novamente com a direção para saber da real possibilidade de se montar um time forte, sabendo da realidade financeira do Cruzeiro. "Nós temos que conversar com a direção, mostrar o que temos pela frente, o que pretendemos fazer, entregar essa possibilidade de contratações, que são difíceis, ou saídas que também são difíceis, porque rescisão são valores. É uma série de detalhes que vai ter que ser trabalhado nesses 10 ou 15 dias para terminar o campeonato e só nos safarmos da Série C, que inicialmente pretendíamos. Mas tivemos chance de melhorar um pouco mais e não conseguimos. Agora é conversar, ver uma possibilidade de trabalho que possa ser um pouco melhor e vamos ver o que vai acontecer nesses diálogos entre nós", completou.