A Arteris Fernão Dias, concessionária que administra a BR-381 entre Contagem e Guarulhos, deu início ao projeto de manutenção do pavimento utilizando asfalto reciclado, o RAP (Reclaimed Asphalt Paviment). Para reestruturação da pista, a inovação utiliza como matéria prima principal o material proveniente da fresagem de pavimento asfáltico.
A aplicação foi iniciada pelo trecho de São Sebastião da Bela Vista, no Sul de Minas, na pista sentido São Paulo. No local, cerca de cinco quilômetros de estrada – entre o km 843,500 e km 849,500 – passam por manutenção desde a segunda quinzena de junho. A conclusão do trabalho levará aproximadamente quatro meses, tempo três vezes mais rápido do que a reconstrução na metodologia convencional. Esta é a primeira vez que a BR-381 recebe esse tipo de tecnologia em trechos longos. Em 2020, a concessionária aplicou o projeto como piloto em segmentos pequenos de pista.
A agilidade do trabalho está entre os benefícios da reciclagem asfáltica. Com o RAP, o usuário da Fernão Dias ganha com qualidade da pista e agilidade no trabalho de manutenção da rodovia. Por exemplo, segmentos de até 50 metros de pistas podem ser recuperados em apenas um dia, o que no método convencional demoraria até sete dias, devido ao processo de cura entre as camadas de pavimento. Além disso, o asfalto reciclado também possui desempenho e vida útil iguais ao de um pavimento reconstruído em sua totalidade.
“Estamos focados em realizar um serviço de qualidade que gere pouco impacto na vida do usuário. Nosso trabalho tem como premissa a qualidade, visando a durabilidade do pavimento, conforto para quem trafega pela Fernão Dias e, claro, a segurança de todos”, explica Marcos Gruba, gerente de implantação e conserva.
Outro grande benefício é o ganho ambiental devido a diminuição de resíduos. O cuidado com o meio ambiente é uma preocupação diária da empresa e reduzir os resíduos gerados pela administração da rodovia representa um ganho no processo de concessão.
Sobre o processo de utilização do RAP
A reciclagem asfáltica começa a partir do trabalho de usinagem feito pela própria concessionária. A camada de fresa é retirada do pavimento e processada pela usina que tem capacidade de produção de 60 toneladas/hora. Nesse material são incorporados cimento, água e emulsão que é misturado em temperatura ambiente. Após a usinagem, o material está pronto para uso e pode ser estocado por até 30 dias.
A mobilidade do equipamento também garante o sucesso do projeto. A usina adquirida pela concessionária pode ser deslocada ao longo dos 562 quilômetros de estrada administrados pela Arteris Fernão Dias. Isso traz mais agilidade para o trabalho de recuperação da rodovia, permitindo que diversos segmentos possam ser tratados ao longo de um mês. “Em 2020, nós aplicamos o projeto em fase piloto em manutenções pontuais e conseguimos comprovar sua eficácia tanto na agilidade quanto na qualidade do processo de recuperação do pavimento. Para 2021, a previsão é atuar em 15 km de faixa da BR-381 com a metodologia”, conclui Hugo Florêncio, coordenador de pavimento da concessionária.