Após três meses seguidos de deflação e o primeiro resultado no campo positivo em agosto, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve se manter em alta em setembro, mas sem uma elevação intensa, afirmou nesta sexta-feira, 05, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. O aumento no mês passado foi de 0,06%, enquanto ocorreram quedas em maio (-0,45%), junho (-0,63%) e julho (-0,55%).
“Os fatores causadores de deflação se esgotaram. A tendência é que o índice deixe o terreno negativo, mas que avance lentamente nos próximos meses”, afirmou. Para Quadros, não há possibilidade de volta da deflação.
Apesar disso, a taxa acumulada em 12 meses deve cair mais. Até agosto, o IGP-DI acumula avanço de 4,63% nesta comparação. Em setembro do ano passado, o índice aumentou 1,36%. Como a alta esperada para este mês é moderada, devendo ficar abaixo dos 1,36%, o IGP-DI acumulado em 12 meses ficará menor, explica.
Entre os fatores que resultaram na deflação nos últimos meses, e que deixaram de ter efeito, estão a valorização do real, que contribuiu para dar alívio aos preços, mas “já não se espera mais que ocorra”. Além disso, Quadros cita o choque provocado pela estiagem nos preços dos produtos agrícolas entre março e abril, que resultou em ajustes nos meses seguintes. “O momento de correção já ocorreu.”
Por último, as deflações ganharam força diante dos relatórios sobre a supersafra de grãos nos Estados Unidos, que derrubaram os preços das commodities, como da soja. “A situação da oferta da soja é bastante confortável, os preços já caíram o que tinham de cair. Os efeitos da supersafra já foram captados”.