Economia

FGV mantém projeção de IPC-S do mês entre 0,50% e 0,55%

A despeito da leve desaceleração apresentada na segunda quadrissemana do mês, o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz manteve nesta quinta-feira, 16, a expectativa de uma taxa entre 0,50% e 0,55% para o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) de outubro. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele avaliou que o grupo Alimentação, principalmente em virtude do comportamento dos itens in natura, ainda deve gerar uma pressão de alta para o indicador de inflação da FGV no decorrer do mês.

Nesta quinta-feira, a instituição divulgou que o IPC-S registrou taxa de 0,49% na segunda leitura do mês. O resultado ficou ligeiramente abaixo da inflação de 0,51% apresentada na primeira quadrissemana de outubro. “Foi uma desaceleração marginal. O índice praticamente andou de lado”, considerou Braz, destacando, entre os responsáveis pela alta menor do indicador, o item passagem aérea, que saiu de uma variação positiva de 3,91%, na primeira medição, para uma queda de 6,11% na segunda quadrissemana.

Apesar do alívio gerado pela passagem aérea, o grupo Alimentação ficou na outra ponta, entre os principais fatores de pressão de alta. Entre a primeira leitura e a segunda medição do IPC-S de outubro, a elevação do conjunto de preços passou de 0,61% para 0,65%.

De acordo com André Braz, um dos sinais de que a parte in natura tem chance de ficar como vilão da inflação no mês veio do segmento Hortaliças e Legumes, que saiu de uma baixa de 2,89%, na primeira quadrissemana, para uma alta de 0,62% na leitura seguinte. “Os in natura já começaram a mostrar uma aceleração e isso tende a se intensificar”, disse. “O tomate, por exemplo, já mostra o vigor das altas. Estava com uma queda de 5,87% e passou para um avanço de 10,97%. Com isso, ele acaba colocando volatilidade no índice”, salientou.

Para o economista, o comportamento da Alimentação não é de aceleração em todos os componentes, já que começa a ser notado, por exemplo, um movimento de desaceleração no preço da carne bovina, que saiu de uma alta de 2,30% para uma elevação de 1,77% entre a primeira e a segunda leituras de outubro. “Mas os choques de oferta da parte in natura podem provocar um aumento na taxa de Alimentação, sem que exista uma inflação generalizada dentro do grupo”, ressaltou.

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